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Moda que vale

Camisetas com Arte combatem violência infantil

Publicado

Autor/Imagem:
Ludimila Honorato

A violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil é um problema de grandes dimensões. Embora os dados sobre esse crime existam, são dispersos e nem sempre são classificados corretamente. Estima-se que a cada 15 minutos uma criança ou adolescente seja vítima de violência sexual, que engloba abuso e exploração.

Para combater esse cenário, é preciso o envolvimento de diversos setores e uma das organizações que trabalham nessa causa é a Childhood Brasil.

Em parceria com a marca de vestuário Printing, a instituição lançou o projeto Camisetas com Arte, que visa dar visibilidade ao crime que, na maioria dos casos, é cometido por um parente da vítima ou amigo da família.

A proposta foi convidar os artistas Bruno Dunley, Ana Prata e Patricia Carparelli para assinarem uma coleção cápsula composta por três modelos de camisetas.

Cada um criou uma estampa exclusiva e toda a renda obtida com a venda dos itens será revertida para a instituição.

“Essa é uma causa possível de ser superada, mas apenas com o envolvimento de toda a sociedade e governos, medidas efetivas podem ser aplicadas”, diz Heloisa Ribeiro, diretora-executiva da Childhood Brasil.

As camisetas serão vendidas no site da Printing e nas lojas físicas da marca, localizadas em São Paulo e Belo Horizonte.

Estima-se que a cada 15 minutos uma criança ou adolescente seja vítima de violência sexual, que engloba abuso e exploração. Segundo Itamar Gonçalves, gerente de advocacia da Childhood Brasil, 80% dos casos estão relacionados a abuso e a maioria, embora nem sempre, envolve algum tipo de contato físico.

“Ao longo dos anos, a gente jogou mais luz nessa situação, mas não demos conta como sociedade, como governo, como sociedade civil organizada porque os números são gritantes. E não temos ações ou estratégias para evitar essa violência, porque não é um fenômeno só brasileiro, é mundial”, avalia o especialista. Ele afirma que, embora haja ações pontuais, como o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, as respostas ao problema são as mesmas para diferentes tipos de violações.

Os dados sobre esse crime no País existem, mas são dispersos, nem sempre são classificados corretamente e, acredita-se, estão longe de representar a realidade. O boletim epidemiológico sobre o tema, divulgado pelo Ministério da Saúde em junho de 2018, tem como base as notificações dos serviços de saúde.

De acordo com as informações, coletadas entre 2011 e 2017, 184.524 casos de violência sexual foram registrados no Brasil, sendo 58.037 (31,5%) contra crianças e 86.068 (45%) contra adolescentes. Sobre as características dos abusos, o boletim revela que 69,2% dos casos de violência sexual contra crianças e 58,2% contra adolescentes ocorreram em casa. O agressor, geralmente, é um parente direto da vítima ou um amigo da família.

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