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Campanha ataca ações do governo e pede a liberação das drogas

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A campanha “Da proibição nasce o tráfico” promovida pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, do Rio de Janeiro, terá os trabalhos expostos a partir desta quinta (28) no saguão da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Com cartuns de renomados artistas, a mostra critica a atual política de drogas do governo. Os anúncios são veiculados em ônibus que circulam na capital paulista.

“A gente precisa provocar a curiosidade das pessoas para que elas busquem informação”, destaca a socióloga e coordenadora da campanha, Julita Lemgruber, ao explicar a opção do humor para tratar do tema.

A divulgação nos coletivos já foi feita durante um mês na capital fluminense. Os anúncios devem ficar pelo mesmo período expostos nos ônibus da cidade de São Paulo. Segundo Julita, a ideia surgiu após uma pesquisa feita com 2 mil pessoas na capital fluminense. “Nós chegamos a conclusão que havia uma grande falta de informação”, destacou a socióloga sobre os dados coletados.

O objetivo é que a partir das mensagens dos cartuns, o público busque entender melhor o tema. “A gente precisa provocar a curiosidade das pessoas para que elas busquem informação”, afirmou Julita Lemgruber. Para aprofundar as discussões, a campanha mantém uma página na internet.

As críticas abordam as mortes causadas pela proibição do consumo de drogas e os interesses comerciais ligados à repressão. “Essa política de guerra às drogas, que gera muito mais violência do que ela pretende combater, vitimiza negros pobres das periferias. Os jovens principalmente. A gente quer muito parcerias com organizações que representam o movimento negro no Brasil”, ressaltou a coordenadora da campanha.

A socióloga lembra que apesar de todos os esforços dessa política, o consumo de drogas não diminuiu. Julita acrescentou que tantos anos de combate às drogas praticamente não surtiram efeitos. “As drogas hoje são mais puras, acessíveis e baratas.”

A política de repressão, no entanto, é mantida, segundo Julita pelos interesses econômicos ligados o combate às drogas. “Claro que há interesses enormes. O cartum do Laerte aponta nessa direção. Um homem discursando em cima de uma caixa registradora em que está escrito “guerra às drogas. É um mercado bilionário”.

Daniel Mello, ABr

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