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Evitando catástrofes

Campanha contra armas nucleares fica com Nobel da Paz

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A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican) ganhou nesta sexta-feira, 6, o Nobel da Paz de 2017. A organização concedeu o prêmio ao grupo “por seu trabalho em voltar as atenções para as consequências humanitárias catastróficas de qualquer uso de armas nucleares e por seus esforços pioneiros para alcançar um pacto com base na proibição de tais armamentos”.

O Ican é uma coalizão de grupos não governamentais presente em mais de 100 países. Apesar de ter surgido na Austrália, foi oficialmente fundado em Viena, em 2007. “Vivemos em um mundo onde o risco do uso de armas nucleares é maior do que vinha sendo há muito tempo”, disse Berit Reiss-Andersen, líder do comitê norueguês do Nobel. A porta-voz do grupo, Beatrice Fihn, disse estar “encantada” com o prêmio.

No ano passado, o ganhador foi o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em razão dos seus esforços para estabelecer um acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A liderança do grupo, no entanto não foi premiada, o que provocou surpresa entre os observadores do processo em Oslo. Para o Nobel, existia um risco concreto de que a guerra pudesse voltar ao país sul-americano.

Na lista de candidatos no mesmo ano ainda estavam negociadores, voluntários sírios e o papa. A entidade revelou na época o número recorde de concorrentes (376). Neste ano, foram 318 candidatos ao Nobel da Paz, sendo 215 indivíduos e 103 organizações.

Além do vencedor, vários outros nomes apareciam como favoritos entre os especialistas. Um deles era a chanceler alemã, Angela Merkel, por abrir suas fronteiras para receber milhares de imigrantes. Outro concorrente era a organização Capacetes Brancos, oficialmente denominados de Defesa Civil Síria, que atuou com cerca de 3 mil pessoas para resgatar vidas em escombros.

Um acordo que poderia resultar em prêmio seria o entendimento nuclear entre EUA, União Europeia (UE) e Irã, em julho de 2015. Naquele momento, os chefes da diplomacia dos dois países e do bloco – John Kerry, Mohammad Javad Zarif e Federica Mogherini – superaram anos de desconfianças para fechar o pacto histórico.

O papa Francisco também foi cotado, principalmente por sua participação na normalização das relações entre EUA e Cuba, na guerra na Colômbia, na luta contra a pobreza e seus esforços por um diálogo entre religiões.

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