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Campo dá exemplo à cidade, com o sabendo usar [a água], não vai faltar

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Ádamo Araújo

A Expedição Safra-Brasília chega à terceira e última etapa na segunda-feira (22). Até o dia 24, equipes do projeto percorrerão 115 propriedades espalhadas pelos núcleos rurais Gama, Jardim, Pipiripau, Planaltina, Rio Preto, São Sebastião, Tabatinga, Taquara e Vargem Bonita e pelo Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).

O objetivo é analisar o pivô central — sistema de irrigação circular existente nessas propriedades —, para assegurar a distribuição proporcional de água. Durante as visitas, é aplicado um questionário com 59 perguntas, sobre questões como produtividade da safra anterior, número e tamanho de pivôs, tempo de experiência com culturas irrigadas, manejo de solo e água e monitoramento de dados climáticos. As informações servem como base para as políticas públicas voltadas ao setor da produção de grãos no DF e para melhorar a prestação de assistência técnica.

Participam da pesquisa servidores da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Centrais de Abastecimento (Ceasa-DF) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Apesar de o início oficial ser na segunda-feira (22), a terceira etapa começou em 8 de agosto em propriedades com visitas já marcadas. “O universo a ser pesquisado é muito grande”, justifica o secretário adjunto da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Sebastião Marcio Lopes de Andrade.

Dono de uma propriedade de 420 hectares com dois pivôs, o agricultor Dalton Mazocco, de 41 anos, recebeu o projeto nessa sexta-feira (19). Para assegurar as colheitas da soja, do milho e do feijão, ele e outros 14 produtores do Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, orientados pela Emater, escalonaram o uso dos pivôs. “Eu ligo o equipamento somente a cada três dias. Essa medida garantiu que todos tivessem água para o plantio”, conta.

O diagnóstico desta etapa será encerrado em encontro técnico, em 25 de agosto, a partir das 9 horas, na sede da Associação dos Produtores Rurais do Rio Preto.

Este é o primeiro ano da Expedição Safra-Brasília. Em janeiro, foram visitados 64 produtores de soja e, em maio, 72 agricultores de milho. Em ambas as etapas, percorreram-se 10 mil quilômetros.

A preocupação com a falta de água envolve diversos órgão do governo de Brasília. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) fez audiência pública no dia 9 para ouvir sugestões da população sobre medidas a serem tomadas no caso de escassez hídrica.

De acordo com a autarquia, os níveis dos reservatórios estão abaixo de 60% do volume útil, o que coloca Brasília em estado de atenção. No entanto, a agência assegura que não haverá racionamento na cidade neste ano.

Em 6 de julho ocorreu a primeira audiência, na qual foi apresentada a minuta da proposta de resolução que estabelece os volumes de referência e as medidas de contenção para situações críticas nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria.

Com esses e outros debates locais, Brasília se prepara para receber, em 2018, o 8º Fórum Mundial da Água. Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o encontro foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca do tema e coletar ideias inovadoras para o uso do recurso em todo o planeta. A capital brasileira é a primeira cidade do Hemisfério Sul a receber o fórum.

Agência Brasília

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