Em um mês, nos dias 4 e 11 de novembro, 5,5 milhões de estudantes em todo país farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na reta final, especialistas recomendam revisões cuidadosas e prática de redação.
É importante também, desde já, dormir e se alimentar bem, para garantir um bom desempenho e evitar ansiedade nos dias do exame. Carlos Henrique Serrado é um desses estudantes.
Nas últimas semanas de preparo, ele foca em matemática, ciências da natureza e redação, matérias com maior peso para o curso que deseja, ciência da computação.
“As questões do Enem não são difíceis, o problema é a quantidade delas. Atualmente tenho duas preocupações: tempo e nervosismo. Cada vez mais estou tentando fazer redações ou exercícios mais rápidos, pois, no ano passado, quase não tive tempo de terminar a prova do segundo dia”, disse.
Para o coordenador pedagógico Luiz Rafael Silva, os estudantes devem fazer um planejamento de estudo e ir, aos poucos, desacelerando o ritmo.
“Mais simulados no início desse período, controlando o tempo, contando inclusive o tempo para preencher o cartão de respostas. O dia antes da prova deve ser de relaxamento, senão o aluno vai estar ansioso e isso vai ser um problema” afirma.
“Trinta dias é um tempo curto, mas é sim possível fazer algum nível de preparação”, disse por sua vez o coordenador pedagógico Leonardo Silvério.
Para ele, nesse tempo, o ideal é se concentrar na realização de exercícios. Ele recomenda que os alunos façam pelo menos uma redação por semana e que baixem as edições anteriores do Enem, disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“A ideia não é que o estudante simplesmente resolva, mas que resolva com tranquilidade, de maneira a absorver o conteúdo. Assim, ele vai conhecendo o sistema de prova e vai conseguindo filtrar como cada conteúdo é cobrado na prova”, explica.
No dia do exame, um dos maiores inimigos dos estudantes é a ansiedade, segundo professores. Carlos Henrique afirma que, no ano passado, quando fez a prova como treineiro, chegou a tomar um calmante, mas mesmo assim teve dificuldades para lidar com o nervosismo.
“Não conseguia ler direito os enunciados, principalmente os de filosofia, pois tinham textos enormes, ficando cada vez mais ansioso por não conseguir responder”, recorda o estudante.
A um mês da prova, os professores recomendam beber muita água, fazer exercícios físicos e dormir bem.
“Os estudantes ficam muito ansiosos e, nessa ansiedade, comem e bebem. Só que muitas vezes, comem e bebem coisas estimulantes, para não sentir sono. [Na reta final], devem dormir bem e evitar estimulantes, como café, chocolate, açúcar e refrigerantes, que aumentam a sensação de ansiedade”, disse Silvério.
Gabriela de Carvalho ainda não concluiu o ensino médio, mas este será o segundo Enem que fará como treineira. Ela é estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Leonardo da Vinci, em Brasília. Para Gabriela, ao ter “intimidade com a prova” ficará mais tranquila no próximo ano. “Acho que é um grande aprendizado, vai me ajudar a ficar mais calma no dia, quando tiver valendo.”
“O Enem, além de ser uma prova, mede competências, habilidades e conteúdos. É uma prova de resistência. É uma prova que aluno consegue ter êxito se consegue controlar ansiedade e emoções”, diz Silva. Ele recomenda atividades voltadas para o relaxamento e, na semana anterior ao exame, “não ficar tão voltado a rever questões e conceitos, ter segurança no que já foi trabalhado”.
No primeiro dia do exame, no dia 4, serão aplicadas as provas de linguagem, ciências humanas e redação. A aplicação terá 5h30 de duração. No segundo dia, dia 11, haverá provas de ciências da natureza e matemática. Os estudantes terão cinco horas para resolver as questões.
O exame seleciona os estudantes para vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas de estudo em instituições privadas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e vagas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).