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O 'debate'

Candidatos brigam entre si, e ninguém apresenta algo novo

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Autor/Imagem:
Marc Arnoldi

O debate entre candidatos a governador na segunda-feira, 24, foi palco de poucas propostas e muitos ataques. Com a campanha entrando no seu último terço bastante equilibrada, e cinco candidatos podendo matematicamente pretender a uma das vagas para o segundo turno, as metralhadoras giratórias entraram em ação.

As eleições de 2010 e de 2014 foram definidas pela Justiça Eleitoral, que desqualificou durante as campanhas os candidatos favoritos, Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, respectivamente. Dona Weslian sofria de falta de preparação há oito anos, Jofran Frejat de programa próprio há quatro. E, sem tirar mérito dos vencedores, tanto Agnelo Queiroz quanto Rodrigo Rollemberg levaram o contrato de trabalho de quatro anos por W.O.

Desta vez, o eleitor não pode se queixar da falta de opções. Do socialismo reafirmado por Fátima Sousa ao conservadorismo assumido pelo General Paulo Chagas e por Alberto Fraga, passando pelo liberalismo reivindicado por Alexandre Guerra e diferentes matizes da socialdemocracia dos candidatos do centro amplo (Eliana Pedrosa, Ibaneis Rocha, Júlio Miragaya, Rodrigo Rollemberg, Rogério Rosso), o depositário da soberania nacional (o cidadão) não tem desculpas para ficar em casa daqui a menos de duas semanas.

Anunciada com a eleição recorde de votos inválidos (abstenções, brancos e nulos), a de 2018 pode até surpreender no sentido contrário. A extrema polarização na corrida ao Planalto deverá estimular muita gente a se apresentar às urnas no dia 7 de outubro. E muitos para votar contra alguém ou contra um partido. É natural que, dando-se ao trabalho de se deslocar até um dos 612 locais de votação do DF para expressar sua voz contra ou a favor do próximo ocupante do Planalto, o brasiliense aproveitará para opinar sobre os outros cargos. As previsões de comparecimento baixo estão diminuindo, e já há observadores vislumbrando participação massiva (com reflexo na eleição proporcional sobre os famosos quocientes eleitorais).

Qual critério será determinante para a escolha do governador? A honestidade? O engajamento? O partido? A renovação? A história? No debate de segunda-feira, voaram baixo acusações de corrupção por parte e em direção de vários púlpitos. O governador Rollemberg não escapou do papel de malhado inerente a todo candidato buscando a reeleição. Mas sua longa vida parlamentar lhe proporcionou uma inegável habilidade com a palavra. Face a Ibaneis e sua trajetória advocatícia, o combate parece subir num ringue, e com tempo passando, os golpes foram mais direcionados. São dois pesos-pesados no exercício. Mas será que a busca do KO é válida para angariar votos? Um assunto em especial chamou à atenção. No embate de saber se Ibaneis foi ou não foi convidado por Rollemberg para ingressar no PSB, está claro que um mente. Resta saber qual dos dois.

Pouca proposta nova (também não precisa, é só detalhar e dar credibilidade às já publicadas), “pouca política” segundo a candidata do PSOL (e ainda bem, segundo a esmagadora maioria dos eleitores que está cansada da tal política), e um alerta aos novatos que querem cutucar onde não foram chamados: Alexandre Guerra levou uns trinta segundos de “socos” verbais que, no boxe, teriam feito o árbitro abrir contagem.

Agora o troço esquentou. Serão duas curtas semanas de batalha sem mercê. Aos perdedores, nem as batatas. Ou então já bem fritas.

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