Para evitar contratempos que poderiam resultar em um ano de estudos desperdiçado, muitos estudantes inscritos para realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) decidiram se antecipar e chegar bem cedo ao local de provas. Desde as 9h já era possível encontrar candidatos à espera da abertura dos portões – o que só ocorreu ao meio-dia.
Vanessa Lisboa da Silva, 18 anos, foi a primeira candidata a chegar ao campus do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), distante cerca de 23 quilômetros de sua casa, em São Sebastião. “Eu estava ansiosa. Algo podia dar errado e eu não chegaria a tempo”, contou a jovem.
Nervosa, Vanessa disse que sua ansiedade acabou contagiando o pai, que a levou até o local antes de ir trabalhar. “Ele também não dormiu a noite. Ele vinha trabalhar e me trouxe, porque eu não sabia onde ficava o lugar”, acrescentou a estudante, esperançosa de obter uma nota que lhe permita ingressar no curso de Ciências Sociais já em sua primeira tentativa.
Durante as quase quatro horas até o fechamento dos portões, nada de livros, disse. “Acho que se eu fosse mexer no material a esta altura eu ficaria ainda mais ansiosa. Vou sentar e esperar a hora”.
Já o vigilante noturno Nilson Costa Ferreira, 23 anos, chegou cedo ao campus do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) por ter ido direto do trabalho. “Eu não sabia o endereço direito e vim direto para não correr o risco de me perder e me atrasar”, disse o rapaz que, apesar do sono após uma noite em claro, acredita ter chances de se sair bem.
“Esta é a terceira vez que eu faço a prova. Das outras duas vezes eu fui bem e só não pude começar o curso porque me faltavam documentos para comprovar que eu tinha condições financeiras de pagar o curso”, explicou o jovem que pretende cursar Biomedicina e estudou em casa, sozinho, ao longo de todo o ano. “Estudei mais as áreas em que tenho mais facilidade”.
Moradora de Ceilândia, Natelhy Batista de Oliveira, 26 anos, aproveitou a carona de um tio para chegar perto das 10h ao mesmo campus do UniCeub, na Asa Norte. “Eu tive que chegar mais cedo porque não conhecia o local da prova. Melhor chegar cedo e evitar a tensão de estar atrasada”.
Formada em Agronomia, Natelhy atualmente cursa Enfermagem. Ingressou nos dois cursos por meio do Enem. O motivo para voltar a encarar a maratona de provas é tentar ampliar o desconto que já possui. “Tenho uma bolsa de 65% e este ano estou tentando obter uma bolsa de 100%”.