Candidatos voltam à telinha. Dilma ataca FHC e Aécio lembra Tancredo
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emNa reestreia do horário eleitoral gratuito na televisão, na noite desta quinta-feira (9), a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) fez críticas diretas ao tucano Fernando Henrique Cardoso e ao seu governo, além de afirmar que combaterá a corrupção de modo “ainda mais duro”, se eleita.
Já Aécio Neves (PSDB) procurou se comparar ao avô, Tancredo Neves, e mostrou os novos apoios que recebeu de outros partidos ao longo da semana.
Cada um dos concorrentes teve direito a dez minutos de programa. No primeiro turno, Dilma tinha 11 minutos e Aécio, seis, aproximadamente.
Dilma abriu seu programa hoje ressaltando o desempenho no primeiro turno, no qual terminou em primeiro lugar, com 42% das intenções de voto, e citou especificamente Minas Gerais, Estado de Aécio Neves, em que terminou na frente do rival e ainda viu seu candidato, Fernando Pimentel (PT), derrotar o tucano Pimenta da Veiga (PSDB).
“Em Minas Gerais, Estado há 12 anos governado por Aécio e seu grupo, a vitória foi dupla”, disse o narrador do programa petista.
Em outro ataque, Dilma disse que no segundo turno “o que está em jogo não é uma disputa de nomes, é um modelo de país”. “Não faço ataques pessoais ao adversário (…) Ele representa um modelo que quebrou o país três vezes, que abafou todos os escândalo de corrupção, que provocou desemprego altíssimo, recessão, que esqueceu os mais pobres.”
Em seguida, o programa exibiu vários governadores eleitos no primeiro turno –do PT e de outros partidos da base aliada– declarando apoio a Dilma.
O programa também fez críticas à declaração de FHC, de que os eleitores de Dilma seriam “menos informados”. “[FHC] chegou a chamar os aposentados de vagabundos (…) disse que os eleitores votaram em Dilma não porque são mais pobres, mais porque são menos informados. Para ele, os 43 milhões de eleitores de Dilma são ignorantes.”
Na sequência, o programa petista mostrou manchetes de jornal da época do governo de FHC que destacavam as taxas de desemprego e a miséria.
Por fim, sobre a corrupção, Dilma afirmou que foi a única candidata a se comprometer em “agilizar os julgamentos e endurecer a pena para corruptos e corruptores”. E prometeu “combate sem trégua, ainda mais duro, duríssimo, contra a corrupção.”
O programa tucano foi aberto com uma comparação entre o papel desempenhado por Tancredo Neves há 30 anos, no processo de reabertura política, e o que Aécio estaria cumprindo agora, na avaliação da campanha. “Tancredo Neves mostrou que nada é impossível quando o povo está unido (…) 30 anos depois, quando o Brasil mais precisa, aparece Aécio Neves. Curioso como o mundo dá voltas.”
Na sequência, Aécio agradeceu os eleitores e pediu votos do eleitorado de Marina Silva (PSB). “A quem não votou em mim, mas votou na mudança, eu peço que nos acompanhem (…)Temos que saber superar nossas eventuais diferenças e permanecemos unidos”, disse, evocando o discurso da mudança.
O programa tucano buscou comparar a administração de Aécio em Minas Gerais (2003-2010) com a gestão da presidente. “Dilma pegou um país que ia bem e quatro anos depois vive uma recessão, está parado (…) Dilma diz que é preciso continuar como está. Aécio diz que é preciso mudar.”
Em seguida, o programa de Aécio mostrou os apoios que o tucano recebeu ao longo da semana, como dos candidatos à Presidência derrotados Eduardo Jorge (PV) e Pastor Everaldo (PSC); de Roberto Freire, presidente nacional do PPS; e do PSB, anunciado ontem em Brasília.
O programa exibiu ainda um jingle em samba que cita todos os Estados. No final, foi mostrada a pesquisa feita pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgada ontem, que mostra Aécio com 54% das intenções de votos válidos contra 46% de Dilma –as pesquisas divulgadas nesta quinta-feira (9) pelo Ibope e pelo Datafolha mostram que há empate técnico entre Aécio (51%) e Dilma (49%).