A cannabis medicinal pode ser usada para ajudar pacientes com câncer a lidar com sua dor, diminuindo assim o consumo de analgésicos opióides, sugere um novo estudo publicado na revista Frontiers in Pain Research.
Segundo os autores da pesquisa, eles procuraram abordar a aparente falta de ensaios de longo prazo para “avaliar os benefícios e a segurança” do uso da cannabis medicinal para tratar sintomas relacionados ao câncer, mesmo que o uso dessa substância naquele determinado campo esteja aumentando.
“Tradicionalmente, a dor relacionada ao câncer é tratada principalmente com analgésicos opióides, mas a maioria dos oncologistas considera esse tratamento perigoso; portanto, terapias alternativas são necessárias”, afirmou David Meiri, professor assistente do Technion Israel Institute of Technology e um dos autores do estudo.
“Nosso estudo é o primeiro a avaliar os possíveis benefícios da cannabis medicinal para a dor relacionada ao câncer em pacientes oncológicos; foram coletadas informações desde o início do tratamento e com acompanhamentos repetidos por um longo período de tempo, para obter uma análise completa de sua eficácia”, acrescentou.
Durante a pesquisa, a equipe contou com a assistência de oncologistas certificados que foram capazes de “emitir uma licença de cannabis medicinal para seus pacientes” e que encaminharam os pacientes interessados para o estudo.
Depois de analisar os dados obtidos, os pesquisadores descobriram uma melhora em muitas das medidas adotadas e uma diminuição no uso de opióides e outros analgésicos, com quase metade dos pacientes estudados parando “todas as medicações analgésicas após seis meses de tratamento”.
“Embora nosso estudo tenha sido muito abrangente e apresentado perspectivas adicionais sobre cannabis medicinal, sexo, idade e etnia, bem como tipos de câncer e o estágio da doença, a variedade de pacientes em nosso estudo foi ampla”, observou Meiri .
“Portanto, estudos futuros devem investigar o nível de eficácia da cannabis medicinal em subgrupos específicos de pacientes com câncer com características mais compartilhadas”, finalizou.