Entrevista/Maria Inês Martins
‘Canto dos pássaros, som das águas e brisa do vento inspiram mundo das letras’
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em‘Escritores independentes são guerreiros que lutam a cada dia uma batalha diferente para levar cultura e divertimento ao povo, sem ver cor, classe, sexo, ideologia ou religião. Eu me encaixo nesse perfil. O importante é manter a literatura viva, porque ler, é viver’.
Esse é um trecho da entrevista que fiz com a mineirinha cheia de mineirices Luzia Inês Martins, autora de obras premiadas e que não cansa de dizer que livro é como o ar que respiramos, ou seja, essencial para nossa sobrevivência.
Acompanhe a seguir trechos da entrevista, feita por e-mail:
Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.
Sou Luzia Inês Martins. Escritora independente. Tenho 8 livros publicados. Escrevo poemas, romances e também para o público infantil. Nasci em Nova Era, MG. Meus pais mudaram para São Domingos do Prata quando eu era pequena. Aqui vivi minha infância, juventude e retornei para me fixar.
Como a escrita surgiu na sua vida?
Herdei de minha avó materna (vó Neném) o gosto pela literatura e o fascínio por todas as emoções que as histórias nos oferecem. Eu amava escrever redações desde os primeiros anos escolares e já ensaiava a escrita de alguns poemas. Os primeiros romances surgiram na adolescência.
De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?
Vem do contato com a natureza e da necessidade de abordar fatos ou temas essenciais para o desenvolvimento harmonioso de todos nós, seres humanos.
Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?
Por ter crescido em meio à natureza e por ter sido educada em uma família alicerçada em valores essenciais à formação humana, aprendi desde cedo a amar e respeitar as pequenas/grandes coisas da vida. O canto dos pássaros, o barulho das águas, o deslizar do vento, dentre outras maravilhas que me educam e me ensinam todos os dias.
Quais são os seus livros favoritos?
O menino do dedo verde; A menina e o pássaro encantado; O pequeno príncipe; O jardim secreto. As mensagens contidas neles são belíssimas! Todos deveriam ter ou ler estes livros.
Quais são seus autores favoritos?
Rubem Alves é um autor que tenho grande admiração. Entretanto, existem muitos autores sensacionais! Nossa literatura é muito rica e diversa.
O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?
Creio serem as duas fundamentais. A inspiração nos faz viajar para o universo literário. A concentração nos faz ter uma bela e proveitosa viagem. Depois que aposentei, procuro dedicar diariamente um tempo precioso para a escrita e para a leitura.
Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?
Escrever é deixar nossas singelas marcas na história. Quando escrevo, a presença da natureza é algo muito forte em meu ser. Amá-la e respeitá-la é algo que vai muito além de sua importância pois esta é fundamental para o bem-estar e a sobrevivência de todos nós. Creio que não escolhi os temas que abordo. Sinto-me feliz e abençoada por eles serem parte de minha essência.
Para você, qual é o objetivo da literatura?
Literatura é vida! Então, a literatura tem como objetivo promover qualidade de vida para todos. Quando digo qualidade de vida, me refiro a tudo o que possa formar e fortalecer o ser humano. A literatura nutre o corpo e a mente, contribuindo para a formação e a libertação do ser.
Você está trabalhando em algum projeto neste momento?
Sim. Estou escrevendo meu quinto romance, aguardando a revisão e leitura crítica do meu quarto romance. Assinei contrato com uma editora para publicação da segunda edição do meu livro infantil “O Jardim”. Esse livro foi escrito para abordar um tema difícil, porém essencial: proteção das crianças contra a violência sexual.
Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?
Creio que sou formada por fragmentos de diversos escritores, assim como os mares e oceanos que acolhem as diversas águas para que possa existir. Alguns clássicos da literatura são inesquecíveis, como “A escrava Isaura”, “A moreninha”, “Olhai os lírios do campo”, “Grande sertão veredas”, dentre outros. Dentre as minhas preferências, cito o encantamento de ler um bom livro.
Como é ser escritor hoje em dia?
Ser audacioso, persistente, corajoso, sábio e humilde, são adjetivos que considero fundamentais. Temos que ter sabedoria e humildade necessária para compreender que precisamos buscar a excelência sem perder a essência, as nossas raízes. Temos que ser persistentes e corajosos para investir em nossos projetos e sonhos. É um investimento que vai muito além de valores materiais. É acreditar em nosso potencial, acolhendo críticas construtivas, visando nosso crescimento profissional.
Qual a sua avalição sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?
Apoio, respeito e espaço para divulgar o trabalho é fundamental para todos os escritores, principalmente os escritores independentes. Quando vocês abrem espaço, oportunizando a todos, fortalecem, promovem, enriquecem e diversificam a literatura. Parabéns! Aproveito para agradecer por esta valiosa oportunidade!
Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?
Gostaria de deixar registrada a minha admiração e o meu respeito aos escritores independentes. São guerreiros que lutam em meio a tantos obstáculos, dedicando tempos valiosos de suas vidas, não somente com a escrita de suas obras. Escrever requer pesquisa, dedicação, estudo, compromisso. À todos vocês, meus sinceros votos de sucesso pessoal e profissional!