Felipe Meirelles
A 21ª Delegacia Policial da capital da República recebe até 30 presos por dia. É conhecida em Taguatinga Sul como um ‘presídio rotativo’, já que acolhe criminosos de vários pontos do Distrito Federal, que lá ficam enquanto estão à disposição da Justiça. Agora o apelido é outro: DP do Inferno.
A situação é de caos, pois falta o essencial para a sobrevivência humana. Água. Desde a sexta-feira, 22, esse precioso líquido não circula por torneiras, chuveiros e bebedouros. E a água que antes existia, estava contaminada há anos com cocô de pombo, rato e outros animais.
O quadro de penúria – que policiais relatam e classificam como de calamidade – teve início quando foi feita a limpeza das caixas d’água do prédio. Levantadas as tampas, um odor fétido tomou conta do ar.
Ou seja, os policiais estavam bebendo água contaminada com cocô há anos. Imagens fotográficas feitas no interior da 21ª DP mostram o quadro de repulsa. O mau cheiro predomina, já que sequer as descargas sanitárias estão funcionando.
Para tentar reduzir o clima de calamidade, o Sinpol-DF providenciou neste fim de semana a remessa de centenas de garrafas de água mineral para matar a sede de policiais e presos, para que eles não corram o risco de desidratação.
– A revolta é geral, uma vez que a falta de manutenção infestou a DP21 de ratos, baratas, mosquitos. Lá, onde alguns policiais já contraíram a dengue, impera a lei da sujeira. Enquanto isso, tem gente da cúpula da Segurança Pública deitada em divã, pensando em como dar um jeito na situação.
Resposta – Na noite deste domingo, 24, a Direção Geral da Polícia Civil encaminhou a seguinte nota à Redação de Notibras: Com relação a matéria acima, a Direção Geral da Polícia Civil, por intermédio de sua divisão de comunicação, vem informar que na última sexta-feira a divisão de administração e serviços gerais (DASG) realizou o conserto e a limpeza da caixa d’água da 21ª DP (Taguatinga Sul), serviço este que durou algumas horas. Com a conclusão dos reparos e da limpeza, ainda na própria sexta-feira, na parte da tarde, o acesso a água foi normalizado, diferentemente do veiculado no site, que em momento algum entrou em contato com a PCDF para verificar a veracidade dos fatos, e, pelo Sinpol que a todo momento sabia da normalização do serviço no mesmo dia. Divisão de Comunicação da PCDF – Divicom/DGPC.
Da Redação – A Diretoria de Redação de Notibras mantém as afirmações, bem como a confiança no repórter Felipe Meirelles e em suas fontes de informação. Sobre o fato de a Polícia Civil não ter sido procurada, o repórter fez a opção de buscar esclarecimentos diretamente junto aos responsáveis maiores pela segurança pública na capital da República, mas não obteve retorno dos telefonemas.
** Matéria alterada às 20h37 para acréscimo de informações