Para promover a prática da modalidade como cultura brasileira, a capital federal vai sediar o Encontro de Capoeira do Distrito Federal, desta sexta-feira (10) a domingo (12). Nos três dias, mestres, alunos, pesquisadores e representantes do poder público estarão reunidos na Biblioteca Nacional de Brasília e no Anexo I do Museu Nacional de Brasília — Setor Cultural Sul.
Além de palestras, oficinas, debates e rodas de capoeira com as principais vertentes — angola, regional e contemporânea —, estão previstas apresentações artísticas dos mestres Tião Carvalho e Martinha do Coco.
Os participantes vão discutir políticas públicas para a capoeira e a implementação do Plano Coletivo de Salvaguarda para a Capoeira no Distrito Federal e Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride).
O evento é promovido pela Secretaria de Cultura, por meio da Subsecretaria de Cidadania e Diversidade Cultural.
Na conferência de abertura, será feita uma abordagem histórica da capoeira na sociedade escravista e nas lutas da resistência africana no Brasil.
Também integra o programa do encontro a definição das bases para criar um inventário dos grupos e organizações de capoeira brasilienses e da Ride.
Criminalizada até a década de 1930, a capoeira é uma manifestação cultural afro-brasileira presente em todo o território nacional e em mais de 150 países.
Em 2014, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
No entanto, de acordo com a Secretaria de Cultura, ainda há poucas políticas públicas na área para preservar a memória e tradição da modalidade.
Com características multidimensionais, ela é, ao mesmo tempo, dança, luta e jogo, e tem os saberes transmitidos de forma oral e gestual.
Informações históricas demonstram que a capoeira seja derivada da dança N’golo, praticada no sul de Angola, em meados do século 17, em ritos de passagem à fase adulta daqueles povos.