Felipe Meirelles, Edição
A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática, da Venezuela, anunciou nesta sexta (29) que já recolheu as assinaturas necessárias para ativar o referendo com o objetivo de revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.
“Em poucas horas conseguimos a tarefa para a qual dispomos de 30 dias e o governo sabe disso. Eles sabem o que aconteceu, a contundência desta jornada que teve início na quarta e terminou na quinta-feira”, anunciou o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski.
O líder da oposição explicou, durante uma entrevista em Caracas, ser ainda preciso “superar obstáculos, mas que quando os venezuelanos se unem e remam juntos, não há obstáculo” que os trave.
Segundo Henrique Capriles, o número de assinaturas recolhidas é oito vezes superior ao necessário, ou seja conseguiu 1.102.236 quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) exigia que tivessem o aval de 197.798 eleitores (1% dos cidadãos inscritos no Registro Eleitoral).
“Vamos fazer um processo interno de auditoria e verificação. Queremos fazer tudo com controle de qualidade porque sabemos que estamos enfrentando um governo trapaceiro, que é capaz de qualquer coisa. Por isso, prevemos levar as assinaturas ao CNE na segunda-feira. A partir daí têm cinco dias úteis para o processo de validação e verificar se cada assinatura corresponde ao eleitor” indicado, frisou.
A oposição, disse ele, “abriu o caminho para o referendo revogatório” e era “impossível” ter começado esse processo de melhor forma do que esta, “o que reafirma o caráter democrático do povo venezuelano.”
Segundo Capriles, uma vez terminado o “requisito prévio” da recolha das rubricas de 1% dos eleitores, os venezuelanos devem se preparar para recolher outros quatro milhões de assinaturas, as quais confirmarão a intenção dos cidadãos de avançar com o referendo revogatório.