Mal foi formalizada uma representação por parte de senadores contra a presidente Dilma Rousseff no controverso caso de compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Carodozo, veio a público defender a mandatária. Na avaliação do governo, não houve revelação de fatos novos e que a motivação dos parlamentares é eleitoreira.
“Nos parece clara a intenção desta representação de projetar na perspectiva de transformar em embate político-eleitoreiro uma investigação que deve ser feita de maneira rigorosa”, afirmou o ministro. “Chama a atenção que a representação é dirigida especificamente contra a presidente da República quando os fatos narrados dizem respeito a um órgão colegiado”, acrescentou Cardozo, referindo-se ao Conselho de Administração da petroleira.
Como prometido na última quinta-feira, um grupo de cinco senadores independentes ou da base de sustentação do governo protocolaram hoje representação contra a presidente junto a Procuradoria-Geral da República. O grupo argumenta que houve negligência por parte de Dilma ao aprovar a compra da refinaria. À época, ela presidia o Conselho de Administração da Petrobras.
De acordo com a Presidência da República, a aquisição pela Petrobras de 50% das ações da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi autorizada em 2006 pelo Conselho de Administração da companhia com base em um documento “técnica e juridicamente falho”.
Investigações do Tribunal de Contas da União apontaram que o ativo chegou a ter valor de mercado de cerca de US$ 50 milhões em 2005, mas acabou sendo adquirido pela Petrobras com desembolsos que totalizaram US$ 1,2 bilhão ao longo dos últimos anos.