Quando pensamos que a candidatura de Pablo Marçal não poderia se enredar em mais polêmicas, eis que surge uma nova frente: a intervenção da ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com sua decisão de destravar uma ação judicial que parecia estar engavetada há 20 dias, Cármen Lúcia adicionou mais uma camada de imprevisibilidade ao já conturbado cenário político do PRTB. O que é curioso, ou melhor, previsível, é que tudo que envolve Marçal parece caminhar em direção ao caos – e essa ação é apenas o mais recente exemplo dessa montanha-russa.
Se existe uma constante na curta carreira política de Pablo Marçal, é que nada é simples. Desde que entrou na corrida para a prefeitura de São Paulo, Marçal coleciona controvérsias como quem coleciona selos. E o caso mais recente é emblemático: mesmo sem ser o protagonista direto da ação, sua candidatura pode ser implodida por uma guerra de poder dentro do PRTB, protagonizada por Aldineia Fidelix e Leonardo ‘Avalanche’.
Aldineia, a viúva de Levy Fidelix, afirma que Avalanche, o atual presidente do partido, violou um acordo firmado no início deste ano, e essa violação culminou na aprovação da candidatura de Marçal. O que temos aqui é mais um daqueles episódios dignos de uma novela das nove, onde o herói (ou vilão, dependendo do ponto de vista) acaba sendo levado pela enxurrada de intrigas partidárias.
A decisão da ministra Cármen Lúcia de liberar o julgamento da ação movida por Aldineia promete ser a verdadeira avalanche sobre o PRTB que banca Marçal. Se o TSE pender para o lado de Aldineia, as decisões tomadas por Avalanche, incluindo a validação da candidatura de Marçal, podem ser desfeitas. E com isso, Marçal se vê mais uma vez na posição que lhe parece natural: no centro de uma polêmica. A sua candidatura, tão rapidamente validada, pode evaporar tão rápido quanto foi aprovada.
Agora, imagine o impacto disso. Marçal, que já tem sua candidatura enfrentando questionamentos legais por abuso de poder econômico e supostas violações estatutárias, poderá ver seu apoio partidário escorrer pelos dedos. Tudo isso sem sequer ser o alvo principal da disputa. É quase como se as polêmicas o perseguissem.
Dentro do PRTB, a situação é um verdadeiro campo minado. Trocas de acusações, lutas pelo poder e uma intensa batalha para controlar os diretórios-chave tornam qualquer movimento dentro do partido uma aposta arriscada. Com Aldineia tentando recuperar o controle, Avalanche resistindo para manter o comando, e Marçal tentando navegar por entre esses dois mundos, o partido parece estar à beira de uma ruptura.
E no meio dessa confusão, é fácil esquecer que o objetivo de tudo isso é decidir quem vai concorrer à prefeitura de São Paulo. A política interna do partido, que deveria ser um meio para esse fim, tornou-se o palco principal, enquanto Marçal luta para manter sua candidatura viável no meio dessa tempestade.
Se a ação de Aldineia for bem-sucedida, Marçal pode ser forçado a repensar toda a sua estratégia. Na melhor das hipóteses, o ex-coach terá que enfrentar mais um obstáculo no já tumultuado cenário político que o cerca. A única certeza em meio a todo esse redemoinho é que Marçal, como de costume, se encontra em meio a outra controvérsia.
O curioso é que, onde quer que esteja Pablo Marçal, o drama e a incerteza parecem segui-lo de perto. Se isso é por design, destino ou mera coincidência, ninguém sabe ao certo. Mas uma coisa é clara: o caminho de Marçal na política brasileira dificilmente será tranquilo. Ele atrai polêmicas como um imã, e este episódio envolvendo o PRTB é apenas mais um capítulo nessa história repleta de turbulências. E para nós, meros espectadores, o espetáculo continua. Afinal, quem precisa de ficção quando a realidade política brasileira oferece enredos tão recheados de reviravoltas e personagens controversos?