A pichação com tinta vermelha na área externa do salão branco do Supremo Tribunal Federal, feita na terça-feira passada por manifestantes favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, aumentou a preocupação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, com a segurança das instalações da Justiça.
Cármen Lúcia teme que, em pelo menos duas ocasiões próximas, novos atos de vandalismo possam ser praticados. O primeiro, em 15 de agosto, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), último dia do prazo para registro de candidaturas. Depois, no dia da posse do ministro Dias Toffoli na presidência do STF, em meados de setembro, na solenidade que tradicionalmente reúne chefes de Poderes e autoridades.
A presidente do STF também já teve a fachada do prédio onde mantém um apartamento em Belo Horizonte pichado com tinta vermelha, em abril, por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O assunto deve ser tema de reunião, nesta semana, a ser realizada com representantes dos órgãos que cuidam da segurança da Esplanada dos Ministérios. Este é um assunto que preocupa não só o STF, mas também o Palácio do Planalto, o governo do Distrito Federal e o Congresso.
Possíveis manifestações também despertaram atenção de integrantes do TSE, cuja equipe de segurança está monitorando a questão. No Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por Cármen, os vigilantes foram orientados a redobrar os cuidados após o ato de vandalismo no Supremo.
Após o relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, afirmar que sua família tem sofrido ameaças, Cármen autorizou o aumento do número de agentes para escolta permanente do colega. Atualmente, 110 magistrados estão sob ameaça no País.