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Cármen vê clima pesado mas rechaça intervenção militar

Foto/Revista Piaui - Divulgação

Marta Nobre

O Brasil vive um período de tumultos profundos, mas não é uma intervenção militar que vai resolver todos os problemas do País. Essa é, em síntese, a opinião da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, sobre os confrontos dos últimos dias entre o Judiciário e o Legislativo.

A declaração foi feita no Festival Piauí Globonews de Jornalismo, que se realiza em São Paulo. A fala de Cármen Lúcia serviu como resposta ao general Hamilton Mourão, que disse, em setembro, que se os Poderes da República entrarem em choque e não acabarem com a corrupção, o Exército será obrigado a intervir.

Na avaliação da ministra, “qualquer fala de qualquer pessoa que seja contra a Constituição” representa um desserviço ao País. Ainda segundo Cármen Lúcia, o povo ‘não dormiria’ se soubesse tudo o que ela sabe.

Mineira, a presidente do Supremo lembrou trecho do poema Nosso Tempo, de Carlos Drummond de Andrade, para retratar o que sente: “Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos/ As leis não bastam/ Os lírios não nascem da lei/ Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.”

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