Palavras se calaram
versos não se completaram.
O mundo todo cantou um hino
que há muito não cantavam.
Às vezes nascer significa morrer
e viver significa ser.
Suas palavras deram vida aos nossos corações
e seus seguidores se multiplicaram.
Falava a língua dos anjos
e era a estrela de grandeza maior.
Talvez pudesse ser como nós,
mas Deus quis torná-lo uma obra-prima.
Deixem-no partir …
mas saiba que continuaremos aqui,
saudando a vida como saudou
através de suas canções (o céu, a terra, a água e o ar).
Levem flores ao seu túmulo
e guardem a mensagem que deixou.
Para onde for meu caro amigo,
serás ainda nosso caro irmão.
Essa noite senti a solidão sobressaltar-me
preferindo as canções que nos falam de ilusão.
Mal podendo supor que no decorrer das horas
outra voz se calaria.
Essa voz tão intensa, que por diversas vezes,
falou e gritou: às estações, o tempo perdido e a pais & filhos
(no Planalto Central).
Sexta-feira santa, sexta-feira da paixão, sexta-feira 13 …
o que nos deixou foram saudades.
Ah, quão grande é a dor em meu peito …
se ao menos as lágrimas pudessem aliviá-la?
Meu caro amigo, nosso caro irmão,
o Planalto que tanto narrastes
se curva à sua notável expressão.
Agradecemos por ter nos embalado em seus braços
fazendo de seus versos uma canção de ninar.
Obrigada, Renato Manfredini Júnior.
Sabemos que não foi tempo perdido (os bons morrem cedo).
*Uma homenagem ao Dia do Poeta, celebrado no domingo, 20. Relembro esses versos escritos em 11 de outubro de 1996, na sala de aula, logo após a notícia da morte do frontman da Legião Urbana, Renato Russo.
P.S: Sim, ouvíamos a @transamericabsb no walkman e eu estava no 3º ano. E apesar da simplicidade das palavras tudo saiu como uma porrada, um grito.