Nesta quarta-feira (22) a unidade do Centro de Distribuição Domiciliar Centenário dos Correios de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, teve suas atividades paralisadas por tempo indeterminado. Durante a paralisação, milhares de moradores da região ficarão sem receber correspondências.
Segundo nota dos Correios, a entrega de encomendas urgentes está sendo realizada normalmente por outras unidades. “A empresa estuda realização de mutirões para regularizar a entrega de objetos não urgentes.”
De acordo com o diretor do sindicato dos trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Sintect/RJ), Pedro Alexandre Santana, a unidade atende uma população de cerca 350 mil pessoas. O restante da população – cerca de 110 mil moradores – é atendida pela unidade de Vilar dos Teles, e não foi prejudicada.
Santana disse que a unidade Centenário paralisou porque há déficit de funcionários. Segundo ele, a distribuidora tem apenas 34 trabalhadores, quando deveria ter 57. Cerca de 35 mil cartas e correspondências são entregues por dia nesta unidade.
Os carteiros reivindicam melhores condições de trabalho, concurso público para preencher esse déficit de funcionários e uma solução para os problemas de falta de segurança. O vice-presidente do Sintect/RJ, Anisio Gomes, relatou que a qualidade do serviço está caindo por conta dessas dificuldades. “Isso tudo é um grito do trabalhador, que não aguenta mais o que está acontecendo”.
Gomes reclamou do grave problema de segurança pública enfrentado pelos carteiros, que já foram assaltados muitas vezes. “Nós temos sofrido muitos assaltos. Isso tem causado o afastamento de muitos trabalhadores, por motivos de síndrome do pânico. É um problema seríssimo”. Segundo ele, a unidade de Vilar dos Teles também passa pela mesma situação. “É um problema que está afetando todo o estado”, acrescentou.
O ex-carteiro Bismarck Martins, que trabalhou na unidade de Vilar dos Teles por três anos, relata que deixou o emprego por falta de condições adequadas de trabalho. Ele citou alguns dos problemas: “não tem funcionários suficientes para trabalhar, o prédio é velho e está quase caindo”.
Os trabalhadores em greve estarão amanhã (23) no edifício-sede dos Correios, no centro do Rio para tentar negociar as demandas da categoria.
Abr