O secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou neste sábado para o colega russo, Serguei Lavrov, a fim de transmitir “a preocupação dos Estados Unidos” com rumores de um possível envolvimento militar de Moscou na Síria, indicou o Departamento de Estado.
“O secretário de Estado disse claramente que, se estas informações estiverem corretas, a iniciativa poderia provocar uma escalada do conflito”, indicou o Departamento.
Segundo o Departamento de Estado, Kerry conversou com Lavrov sobre “informações que evocam um aumento iminente do poder militar russo na Síria”.
“Isto poderia provocar mais perdas de vidas inocentes, um aumento do fluxo de refugiados e um risco de confronto com a coalizão contra o Estado Islâmico que atua na Síria”, indicaram os Estados Unidos, que, há um ano, lideram os ataques militares contra o grupo armado jihadista em Síria e Iraque.
Nos últimos dias, circularam nas redes sociais fotografias que, segundo combatentes sírios, correspondem a um avião de combate russo e a drones na região de Idleb, noroeste da Síria.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ontem que ainda é cedo para traçar uma ação militar russa na Síria para combater o Estado Islâmico.
Na manhã deste sábado, a diplomacia russa informou que a conversa entre Kerry e Lavrov aconteceu por iniciativa dos Estados Unidos.
Segundo esta fonte, ambos conversaram sobre “a cooperação entre Moscou e Washington para apoiar os esforços da ONU que visam ao lançamento de um processo político na Síria”.
O Departamento de Estado confirmou que “as discussões russo-americanas continuarão no fim de setembro, em Nova York”, paralelamente à Assembleia Geral da ONU.
As relações entre Moscou e Washington vivem seu pior momento desde o fim da Guerra Fria, em consequência da crise ucraniana.