Beka Andrade, Edição
A onda de transformar contêiner em casa começou no início deste século, na Inglaterra.
Depois de usadas por oito anos para o transporte de cargas, as caixas de aço abandonadas em pátios junto a portos e terminais de trem despertaram o interesse de pessoas preocupadas com o reaproveitamento de materiais, prevendo a escassez de matéria-prima não renovável no futuro.
Como o aço tem vida longa, alguns arquitetos decidiram adaptar os contêineres para moradia. A ideia ganhou repercussão e adeptos em todo o mundo repetiram a experiência, criando novas formas e possibilidades para a construção de casas.
Em nosso país, o reúso de contêineres para habitação teve início na última década. Há seis anos, empresas fazem casas a partir das caixas de aço. “Isso virou moda. Hoje, algumas pessoas querem usar na construção contêiner novo, que custa o dobro do preço”, diz o empresário Perci Hultmann.
Embora o orçamento baixo seja um dos principais atrativos para a escolha desse tipo de casa, há conveniências maiores. “Para mim, a maior vantagem está na redução do tempo da obra”, afirma o arquiteto e designer Sergio Cabral.
“Enquanto uma casa de alvenaria leva dez meses para ficar pronta, entregamos uma de contêiner com 150 m² em três meses, incluindo todos os acabamentos”, garante.
Já o arquiteto Danilo Corbas resolveu, em 2011, fazer um projeto inovador com contêineres para sua casa na Granja Viana, na Grande São Paulo, porque gosta da estética industrial, além da questão sustentável.
Ele usou quatro modelos de 40 pés para a construção de 196 m², distribuídos em sala de estar, escritório, sala de jantar, cozinha, três quartos, três banheiros, área de serviço, varanda e garagem.
“É uma moradia normal. Até esqueço que vivo em lugar diferente. Só lembro quando olho para o teto da sala e vejo a estrutura de aço aparente, que também deixei na parte externa”, revela.