Carolina Paiva
As mais de 10 mil unidades residenciais com habite-se encalhadas no Distrito Federal vão trocar de mãos – de incorporadora a promitente comprador – a curtíssimo prazo. Essa a expectativa da indústria da construção civil e do mercado imobiliário, após o Banco de Brasília anunciar um crescimento de 12% na sua carteira de crédito para 2017.
– Quem mais vai lucrar é a sociedade. A economia ficará mais fortalecida, haverá mais empregos, as obras serão retomadas e milhares de pessoas terão acesso à casa própria, comemorou Anacleto Neto, que atua no ramo de locação e venda de imóveis há mais de 15 anos.
Com certeza, segundo Anacleto, os tempos estão mudando. “A crise que se aprofundava parece que acabou. Há uma luz no fim do túnel”, avaliou. Na opinião do empresário, as próprias construtoras, ao se verem livres do estoque existente, voltarão a investir em obras, muitas delas paralisadas.
No Banco de Brasília, a informação é a de que, após um período de retração, o crédito imobiliário volta a crescer este ano. Juan Carlos Villalba, especialista da área de operações imobiliárias do BRB, garante que, “comparada à data base de novembro de 2015/2016, verificou-se um aumento no saldo da carteira. Portanto, acreditamos que esta seja uma tendência que se manterá nos próximos meses. podemos mesmo estimar uma previsão de crescimento na ordem de 12% em 2017”, afirmou.
Por sua vez, embora mantenha o montante da carteira de crédito imobiliário sob reserva em respeito ao mercado financeiro, o superintendente do BRB André Perezino enfatiza que a perspectiva de melhora da economia faz com que as pessoas reconsiderem a possibilidade de contrair dívidas a longo prazo, principalmente no que diz respeito à casa própria. “Por isso, o mercado como um todo agora aposta em um cenário de crescimento”, pontua servidor do Banco de Brasília.
O crédito imobiliário que o BRB está oferecendo destina-se a imóveis residenciais e comerciais, e pode ser contratado por pessoas físicas e jurídicas. “Quem quer a casa própria, terá dinheiro; o empresário que deseja comprar, construir ou reformar a sede da empresa, também terá dinheiro”, diz Perezino.
Os financiamentos vão até 80% do valor do imóvel. As taxas do BRB, de acordo com André Perezino, são tão atraentes quanto as de outros bancos oficiais (a exemplo do BB e CEF) e melhores que de entidades privadas. Os juros partem de 9,5%, com prazo de até 360 meses e parcelas decrescentes. O teto de financiamento é de 950 mil reais. “A agilidade na contratação também é um dos nossos diferenciais em relação ao mercado”, finaliza o superintendente do banco.