Luana Pontes
A CPI da Saúde ouviu na sessão ordinária desta quinta-feira (29) o depoimento do médico Rodrigo Caselli Belem. O servidor da Secretaria de Saúde foi coordenador geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (SAMU) durante o período de agosto de 2005 a dezembro de 2015.
O nome do médico foi citado em denúncias feitas pelo presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sintate-DF), João Cardoso da Silva. Dentre as acusações, estavam o desvio de função no contrato com a empresa Inova, improbidade administrativa e utilização do cargo de chefia para enriquecimento ilícito.
O médico trouxe em sua defesa avaliações de sua gestão realizadas no início de 2014 por órgãos de controle. “O SAMU não tem autonomia para assinar contratos, não somos ordenadores de despesas. O cargo de gestor me responsabilizava pela checagem das necessidades do serviço. Todos os contratos são subordinados à Secretaria de Saúde do Distrito Federal”.
Segundo Caselli, durante sua gestão o contrato estabelecido com a empresa Inova era para que equipamentos de comunicação fossem instalados em unidades móveis e nos hospitais. “Não houve desvio desse repasse para reforma de prédio nem de elevadores. Os elevadores possuem contratos próprios. Esses dados podem ser comprovados pelo relatório da Corregedoria Geral da União (CGU) realizado também em 2014”.
O ex-coordenador do Samu justificou, ainda, que todos os processos relativos à Inova, MI Comércio de Produtos Hospitalares e outras são acompanhados por meio de notas fiscais e comprovantes.
O presidente da comissão, Wellington Luiz (PMDB), ressaltou a segurança do depoente diante das indagações realizadas pelo colegiado. “O médico foi incisivo ao negar qualquer envolvimento em desvios de verbas destinadas ao SAMU. A apresentação de relatórios de auditorias realizadas na época esclareceu boa parte das acusações”, completou.
Os parlamentares presentes Wellington Luiz (PMDB), Wasny de Roure (PT), Lira (PHS), Luzia de Paula (PSB) e Robério Negreiros (PSDB) concordaram em realizar no próximo dia 3 de outubro (segunda) a partir das 14h30 reunião administrativa para estabelecer o calendário das próximas oitivas. Ficou decidido, no entanto, o cancelamento da sessão ordinária da CPI da Saúde do dia 6 de outubro (quinta).