As mortes e os casos de contágio provocados pelo novo coronavirus estão caindo no Brasil, mas isso não é motivo para baixar a guarda. O alerta é do pesquisador da Fiocruz Carlos Machado. Nas últimas 24 horas, segundo o Conass, foram registrados mais 595 óbitos (totalizando 533.488) e 20.937 infecções (total de de 19.089.930).
Com base no boletim epidemiológico do Conass deste domingo, 11, Machado pontuou que apesar de a vacinação contribuir para a redução de casos doença, a pandemia ainda é uma realidade incerta para o Brasil.
“A vacinação vem reduzindo o número de casos críticos e graves, mas a pandemia ainda não acabou, e os cuidados necessários devem ser mantidos. A gente pode flexibilizar algumas medidas? Podemos, mas não todas. O uso de máscara, a higienização das mãos e evitar aglomerações continuam como medidas extremamente importantes.”
Machado comparou o momento da pandemia no Brasil com um avião prestes a pousar. “Se tudo correr bem, nós teremos um bom pouso, mas nós não sabemos o que pode acontecer entre este momento atual e o momento do pouso. O avião ainda pode ter que arremeter.”
Com isso, ele quis dizer com que, apesar de o contexto apontar para uma melhora no quadro geral da pandemia, o cenário poderá se reverter, se o Brasil não garantir a proteção das pessoas, principalmente por conta da ação das novas variantes.
“Todas [as vacinas] têm efetivamente reduzido os casos críticos e graves. Essa é uma excelente notícia, mas ela não elimina a transmissão. Ao não eliminar a transmissão, se a gente flexibiliza de modo geral, há o risco de surgimento de novas variantes para as quais as vacinas podem não ser tão efetivas.”
O pesquisador da Fiocruz também relembra o período da pandemia em novembro de 2020, quando após atingir uma pequena melhora, a circulação de pessoas aumentou e os especialistas previram um possível recrudescimento.
“Nós já vínhamos alertando para o risco de aumento de casos que todos nós assistimos. Em dezembro, em janeiro e em fevereiro, cresceu muito [o número de casos] até a gente ter o colapso do sistema de saúde em março e abril.”
No entanto, de acordo com ele, o que muda agora é a ação da campanha de vacinação, que se tivesse começado em momento anterior, garantiria maior segurança a este momento.
“No ano passado, naquele período, nós não tínhamos as vacinas. A vacinação efetivamente vem produzindo resultados e são bastante animadores, o que significa que se nós tivéssemos começado a campanha de vacinação antes e tivéssemos as vacinas anteriormente, estaríamos em uma situação infinitamente melhor hoje. Inclusive, podendo avançar mais ainda nas medidas de flexibilização.”