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Catapora ronda Brasília nesse finalzinho de frio

A Secretaria de Saúde alerta a população para manter a caderneta de vacinação em dia e se proteger de várias doenças. Uma delas é a catapora, transmitida pelo vírus Varicella-Zoster. Ela se manifesta com maior frequência durante o fim do inverno e o início da primavera. Somente em 2020, foram notificados 96 casos da doença no Distrito Federal. Contagiosa, mas geralmente benigna, acomete com maior frequência as crianças e sua sazonalidade se estende até meados de setembro.

De acordo com a enfermeira da área técnica de imunização da Secretaria de Saúde, Fernanda Ledes, tanto para catapora como para as demais doenças, o mais importante é manter a caderneta de vacinação atualizada.“As salas de vacinas estão funcionando normalmente. Por isso, as pessoas devem procurar as salas para atualizar a situação vacinal. Principalmente com a retomada das atividades, em que muitas doenças podem voltar a circular, caso as pessoas não estejam adequadamente vacinadas”, afirma.

As salas de vacina estão abertas diariamente para atender o público, em todas as Regiões Administrativas.

A vacina contra catapora segue o seguinte esquema: 1ª dose aos 15 meses de idade (tríplice viral + varicela monovalente, ou tetra viral, quando disponível) e a 2ª dose é varicela monovalente, aos quatro anos de idade.

As crianças podem receber a vacina varicela monovalente até os seis anos, 11 meses e 29 dias (menores de 7 anos de idade). Toda criança até seis anos, 11 meses e 29 dias deve ter duas doses de vacina com o componente varicela.

Características
A principal característica clínica da doença são lesões na pele de diversas formas (máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas), acompanhadas de coceira. Em crianças, normalmente é autolimitada. Em adolescentes e adultos, em geral, os sintomas vêm com mais intensidade.

“A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha na pele ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias”, informa Marília Higino, médica e responsável pela área técnica das Doenças Exantemáticas da Secretaria de Saúde.

Contudo, indiretamente, a catapora (varicela) pode ser transmitida por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. Raramente, a doença é passada por contato com lesões de pele.

O período de incubação do vírus causador da catapora é de quatro a 16 dias. A transmissão se dá entre um a dois dias antes do aparecimento das lesões de pele e até seis dias depois, quando todas as lesões estiverem na fase de crostas.

Para evitar o contágio, é necessário restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas. O que acontece, em média, em um período de duas semanas. “Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por higienização rigorosa”, ressalta Higino.

Vigilância é importante
Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contato com alguém que esteja com a doença. As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, se espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.

“Aos primeiros sintomas é necessário procurar um serviço de saúde para que um profissional possa orientar o tratamento e avaliar a gravidade da doença”, recomenda a médica.

Complicações
As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados inadequadamente, são:

• encefalite;
• pneumonia;
• infecções na pele e ouvido.

A encefalite é uma inflamação aguda no sistema nervoso central, que provoca a inflamação do cérebro. Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com o sistema imunológico comprometido.

Tratamento
No tratamento da catapora, em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a coceira. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão.

“Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem ser bem cortadas”, explica Marília Higino.

O tratamento específico da catapora (varicela) é realizado por meio da administração do antiviral, que é indicado para pessoas com risco de agravamento.

Medidas
As principais medidas de prevenção e controle da catapora (varicela) são:

• vacinação;
• lavar as mãos após tocar nas lesões;
• isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas;
• crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular;
• pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;
• desinfecção: concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas;
• imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar.

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