Um tribunal do Catar condenou nesta segunda-feira a um ano de prisão – com suspensão condicional da pena – por “adultério” uma holandesa de 22 anos que, quando estava de férias neste país do Golfo, foi detida depois de denunciar um estupro, informou uma fonte judicial.
A jovem, identificada como Laura e que não estava presente na audiência, será expulsa do Catar depois de pagar a multa de 3.000 rials (732 euros, 799 dólares), segundo a mesma fonte.
Um homem, julgado pelo mesmo caso, receberá 100 chicotadas por “adultério” e outras 40 chicotadas por “consumo de álcool”, o que é proibido neste emirado ultraconservador.
Laura foi detida em março por “suspeita de adultério, o que significa relações sexuais fora dos vínculos do matrimônio”, proibidas no Catar, havia afirmado à AFP seu advogado, Brian Lokollo.
Laura, natural de Utrecht, na região central da Holanda, compareceu a um hotel onde o consumo de bebidas alcoólicas estava autorizado.
“Ela foi dançar, mas quando retornou para sua mesa percebeu, depois do primeiro gole em sua bebida, que havia sido drogada. Não se sentia bem”, disse o advogado.
“Depois não se lembra de nada até a manhã, quando acordou em um quarto totalmente desconhecido e se deu conta, com grande horror, que havia sido violentada”, completou o advogado.
A jovem conseguiu escapar e procurar ajuda, antes de comparecer a uma delegacia para apresentar uma denúncia contra o agressor, também de acordo com o advogado. Mas os policiais não permitiram a sua saída.
No vizinho Emirados Árabes Unidos, uma norueguesa de 24 anos que denunciou o chefe por estupro foi condenada em 2013 a 16 meses de prisão por comportamento indecente (relações sexuais fora do matrimônio), perjúrio e consumo de álcool. Ela foi posteriormente indultada pelas autoridades.