A tradição foi mantida, e 60 tapetes foram confeccionados para marcar a festa de Corpus Christi na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, no centro do Rio.
Os tapetes foram montados desde o altar até o portão da catedral, na avenida Chile. Além do colorido e de diversas figuras, os fiéis usaram de criatividade na escolha do material. Teve desenho formado com o uso de sal grosso, serragem, flores, folhas e até pó de café.
Para produzir dois tapetes, integrantes da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do bairro do Grajaú, na zona norte do Rio, utilizaram cerca de 100 quilos de sal grosso.
A funcionária pública Marta de Castro, desde criança, participa da montagem. Ela tem 33 anos e levou o marido e as filhas, uma de 4 anos e a outra de 11 meses, para participar das comemorações. “A organização de fazer os tapetes depende primeiro de mobilizar um grupo na igreja que queira vir aqui em um feriado e doar o seu trabalho e o seu tempo”, disse ela sobre a mobilização para confeccionar os tapetes.
O aposentado alagoano Guido Pedro da Silva tem 68 anos e frequenta a Paróquia Matriz de Santa Rita, também no centro da cidade. Morador do Rio há 59 anos, Silva diz que, para ele, a confecção dos tapetes, além de promover a convivência, é uma forma de arte. “A gente chega aqui muito cedo, se diverte, lancha, trabalha, é emocionante. É gratificante porque a gente sabe que é um trabalho que no final de tudo surge uma arte bonita. Aqui ninguém é profissional.”
Lucas Fernandes tem 17 anos e mora na Cidade de Deus, na zona oeste. Hoje foi a primeira vez que ele e a Paróquia Pai Eterno e São José, que frequenta, se envolveram na decoração dos tapetes.
“Foi complicado, mas foi bom para ganhar experiência. [O desenho] é Jesus segurando o pão em cima do cálice, representando a eucaristia, que é a nossa festa de hoje”, contou sorridente.
Denise Santos, de 19 anos, também é da paróquia da Cidade de Deus e quis participar para sentir como era fazer o tapete da catedral, um sonho, segundo ela, de toda a comunidade. Denise faz parte do grupo jovem da paróquia. “Se hoje a gente teve paciência de fazer – porque é difícil, jovem não tem paciência – é por um único propósito, que é servir a Deus”, disse.
Aline Oliveira, que integra o Movimento Comunhão de Participação (MCP), está no segundo ano da montagem dos tapetes e levou o filho Mateus, que gostou de estar lá. “É uma experiência bacana e a gente conhece como fazer”, indicou.
A turista argentina Mônica Francia admirou a montagem dos tapetes. Ela considerou o trabalho muito bonito, ainda mais por ter tantos jovens participando. Mônica, que mora em Buenos Aires, mandou uma mensagem: “Que cuidem da juventude. Que Jesus e o Papa Francisco nos protejam e que haja cada vez mais para isto”, disse.
O caminho formado pelos tapetes é a parte final da procissão que começa na Igreja da Candelária, também no centro, e termina na Catedral Metropolitana.
Cristina Indio do Brasil, ABr