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Cuidados na direção

Celular ao volante. Até viva-voz é perigoso

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Autor/Imagem:
Renata Moura

Quem for flagrado falando ao celular ou mesmo manuseando o aparelho enquanto está no trânsito estará cometendo uma infração gravíssima de trânsito. O valor da multa é de R$ 293,47, podendo chegar a R$ 17.608,20 (dependendo do risco gerado). E mais:o motorista leva até sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Mas não é só isto. Segundo estudos realizados no Estados Unidos, o uso do aparelho ao volante aumenta em 400% o risco de acidente de trânsito. No DF, a prática é a terceira maior causa de sinistros. Quando o olhar é ampliado para todo o país, o celular se torna a segunda maior motivação, passando inclusive a alcoolemia. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet).

O Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) aperta o cerco da fiscalização. Em 2019, mais de 77 mil condutores foram notificados por estar usando o celular com uma das mãos enquanto dirige. “Em 2018, foram 72,6 mil casos. A gente verifica que os números só aumentam. Seguem a mesma velocidade da tecnologia”, explica o diretor de Educação de Trânsito, Marcelo Granja.

O Departamento de Trânsito não possui um levantamento específico que relaciona, em detalhes, as motivações dos acidentes. No entanto, a prática dos agentes nas ruas têm apontado para o aumento do registro de pequenas colisões por conta da distração causada pelo uso do celular. “O motorista, às vezes, fica olhando o celular, e quando arranca acaba colidindo com o carro da frente. Isto porque perde a noção da distância”, afirma o servidor.

Viva-voz
Segundo Granja, as notificações são efetuadas nos casos de teclar, segurar o telefone com uma das mãos e usar fones de ouvidos. “Apesar de não sofrer multa, a utilização do viva-voz do carro compromete, e muito, a segurança da direção”, garante Granja. “Há uma dispersão muito grande do condutor, que pode remeter a uma direção cega por distâncias representativas. Ou seja, por segundos, o motorista sofre um estado de bloqueio total”, conta.

As explicações do professor seguem a linha de pesquisadores voltados ao estudo da psicologia do trânsito. “Mesmo que o motorista tenha as mãos livres, o foco direcional muda”, dizem psicólogas Ana Cristina Santos e Adaucilene Amorim, no artigo científico Conversas ao celular e direção: alterações na percepção e Atenção do condutor.

No estudo, as autoras ainda abordam que numa conversa usando-se o viva-voz o condutot compromete os reflexos, ficando-o mais lento para a tomada de decisões. “Ao dirigir, o indivíduo aprende olhar de forma instintiva e contínua para os lados. Porém, com a utilização do celular, a tendência do motorista é fixar o olhar à frente do volante e isso interfere na visão periférica e limita a varredura do campo perceptivo do condutor, o que é fundamental”, completa o estudo.

O uso do celular ao volante não é um perigo somente para os motoristas. Os pedestres também são vítimas constantes de atropelamentos originados pela distração do condutor e seu smartphone. “Passam a faixa distraídos e não observam se o semáforo fechou porque estão olhando para o celular”, comenta Miguel Videl, chefe do Núcleo de Educação do Detran-DF.

Segundo ele, nas abordagens das blitzes educativas do Detran-DF, o alerta é feito. “Estamos alertando os motoristas sobre isto. Porque quando o embate é feito, o carro está em vantagem. Hoje, quem dirige tem de estar atento a tudo isto”, afirma.

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