Continua a novela da ocupação do Centro Administrativo, em Taguatinga, pelo Governo de Brasília A Parceria Público-Privada que ergueu o elefante branco teve recheio de corrupção. E desde a administração de Agnelo Queiroz (PT) vem dando dores de cabeça.
O local estava programado pelo governador Ibaneis (MDB) para ser ocupado já em abril. Mais uma vez, porém, o chefe do Excecutivo voltou atrás. E deixou de cumprir mais uma promessa não cumprida.
O Palácio do Buriti não explica os motivos do adiamento para a ocupação do Centrad agora em abril – e não revelou nenhuma nova data -, mas no mercado imobiliário o que se comenta é que essa transferência deixaria a economia de Brasília de pernas para o ar.
Explica-se: há dezenas de prédios comerciais alugados ao governo, onde estão instalados – embora não necessariamente funcionando – outras dezenas de órgãos públicos. O GDF tem 100 mil servidores. No Centrad, só cabem 10 mil.
Se for fazer a transferência, os contratos de aluguel serão rescindidos, os donos dos imóveis demitirão muita gente, e o governador não terá mais o apoio de um forte segmento do PIB brasiliense.
A versão oficial do Palácio do Buriti para assinar o termo de ocupação, porém, é outra: o governador teria decidido aguardar um posicionamento do Tribunal de Contas do Distrito Federal sobre o assunto. Uma nova data para o início do processo não foi divulgada.
O argumento de Ibaneis para a transferência foi anunciado ainda na campanha eleitoral: o governo gasta 10 milhões mensais de aluguel, com órgãos e secretarias espalhadas por diferentes pontos da cidade.
Outro empecilho – que Ibaneis, como governador, deveria saber – é que não há habite-se para o Centrad. Ou seja, o governador faltou com a verdade de novo. E olha que são apenas 100 dias de um governo que, se for até o fim, vai se arrastar por mais 1 mil 300 dias.