Cleide Silva
As nove centrais sindicais que organizaram a greve geral do dia 28 decidiram nesta quinta-feira, 4, que vão preparar uma grande marcha de trabalhadores a Brasília, entre os dias 15 e 19, para realizar protestos e tentar impedir a votação das reformas trabalhista e da Previdência. Ainda não está definido como os trabalhadores serão levados ao Distrito Federal.
Antes disso, de terça (9) a sexta-feira (12) da próxima semana, lideranças sindicais de todo o País estarão em Brasília para visitar cada deputado e senador e tentar convencê-los a votar contra as duas propostas de reforma.
“Será a maior marcha a Brasília da classe trabalhadora, vamos ocupar Brasília”, avisa o presidente da CUT, Vagner Freitas. “Se essas ações não forem suficientes para reverter essas reformas nefastas, vamos decidir a data para uma nova greve geral, maior que a primeira.”
O encontro ocorreu na sede da CUT em São Paulo e teve a participação de dirigentes do CSB, CTB), CGTB, CSP-Conlutas, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT.
Ação na Justiça – No mesmo encontro, as centrais decidiram orientar os sindicatos filiados em São Paulo a entrarem com ações coletivas na Justiça contra o prefeito João Doria (PSDB) por ele ter chamado os grevistas de “vagabundos”.
Segundo as centrais, as ações serão por dano moral coletivo porque o prefeito atribuiu aos trabalhadores um sentido “pejorativo”. Também vão alegar que a Constituição assegura o direito de protestar e fazer greves, e eles foram ofendidos pelo prefeito.
Nos eventos do dia 1º de Maio realizados pela CUT e Força Sindical, o prefeito foi um dos mais criticados nos discursos de sindicalistas e políticos também por ele ter dito que vai multar as centrais por danos ao patrimônio público após quebra-quebra ocorrido no centro da cidade depois de um ato da CUT.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação de São Paulo informa que o prefeito não usou o termo “vagabundos” em relação à totalidade dos grevistas e sim como referência aos manifestantes que tentaram, na manhã do dia 28, bloquear seu acesso à Prefeitura. Em entrevistas a uma rádio, diz a nota, “Doria usou o termo para criticar todos aqueles que adotaram meios violentos durante os atos”.