É recompensador ver iniciativas que são previamente publicadas em Notibras, sugerindo assuntos diversos que podem ser objeto de uma agenda positiva ao poder público. Especialmente quando elas, de fato, acontecem. E acaba de acontecer em Cuiabá o encontro entre os Estados de Brasília, ops, do Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Lá estavam seus respectivos governadores e presidentes das câmaras estaduais e legislativa.
A pauta não foi pequena e a iniciativa é de gente grande. As seis unidades da federação somam um PIB respeitável, especialmente no agronegócio. Em matéria aqui publicada, comentamos a necessidade de uma instituição que regesse o bloco financeiramente, que não é uma definição muito técnica, mas para puro entendimento.
Notibras apontou o BRB – Banco de Brasília cujo “R” da sigla não serve pra nada -, sobrevivente entre os bancos estaduais, como um possível vetor dessa iniciativa. Ao que tudo indica a ideia de hoje é essa. Já existe nome sugerido para a instituição: Agência de Desenvolvimento do Brasil Central. É importante manter a logística integrada entre as novas ferrovias e velhas hidrovias e o complexo aeroportuário previsto para o Distrito Federal (não para Brasília), que já tem autorização da Anac para operar em área definida em Planaltina.
O leitor deve entender que nesse conceito de aeroporto de carga o que tem menor importância são os aviões. Não entendeu? É que nas cidades aeroportuárias, como muitos denominam a ideia, os produtos chegam por via aérea, lógico, são beneficiados no mesmo complexo e embarcados imediatamente.
Entenda melhor: os exportadores de flores, por exemplo, recebem a colheita dos produtores, beneficiam o produto, embalam, encaixotam, selam, esborrifam perfume eventualmente para conquistar os gringos, enfim, agregam valores e exportam para o mundo todo. Por um valor muito maior do que simplesmente se vendessem pelo valor de origem.
Outro exemplo: um equipamento eletrônico chega por meio do Sedex para reparo – não estou fazendo merchandising, viu diretor? – e é reparado em oficinas eletrônicas instaladas no complexo e após duas horas é devolvido ao destinatário. Aí nem precisa ser por meio do Sedex, pode ser pelo FedEx do Tom Hanks – ficou bom agora, diretor de Notibras? Não recebi nada em dólar, juro. Em reais, não quero!
O sistema inteligente de integração logística será o pilar para dar andamento inteligente ao órgão multifacetado demais por sugestão de Mangabeira, segundo observadores, chamado de agência. O Mangabeira Unger estava lá, sim. Harvardiano desde criancinha, ninguém sabe qual a sua contribuição prática no encontro como ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, mas vem dele a pauta.
“Agropecuária; logística e industrialização; educação; ciência e tecnologia e fomento do empreendedorismo de vanguarda. A educação básica de qualidade é, sem dúvida, uma prioridade máxima, mas todos os temas são essenciais para as estratégias desenvolvimentistas”.
Entendeu? Nem eu. Nem vale a pena comentar… Se meia dúzia dos presentes, como os governadores de Goiânia, ops, de Goiás; de Palmas, ops, de Tocantins; de Cuiabá, ops, do Mato Grosso; de Campo Grande, ops, do Mato Grosso do Sul; de Porto Velho, ops, de Rondônia e do, sem ops, Distrito Federal, entenderam realmente a dimensão do que promoveram, então o Brasil pode ter esperanças.
Só o francês é que anda sem esperanças porque até agora nada da queda da Bastilha…