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Maioria dos indonésios veem gays como uma ameaça

Além da prisão, os homossexuais também são chicoteados em público. Foto: Reprodução/Google

A grande maioria dos indonésios, 87,6% da população, considera que o coletivo de lésbicas, gays, transexuais e bissexuais (LGTB) representa uma ameaça, segundo uma pesquisa apresentada nesta quinta-feira em Jacarta.

Além disso, 79% dos entrevistados rejeita a ideia de ter como vizinho um integrante desse coletivo e a cifra aumenta até 89% em relação à rejeição de líderes governamentais que não sejam heterossexuais, revela a sondagem.

A pesquisa mostra também que 81,5% da população considera que as tendências homossexuais estão proibidas pela sua religião, e isto se aplica “a todas as religiões”, segundo disse Ade Armando, diretor de imprensa da consultoria Saiful Mujani Research and Consulting, durante a apresentação do estudo.

Na sondagem, efetuada entre 2016 e 2017, participaram 1.220 indonésios nas 34 províncias do arquipélago, segundo Armando.

Organizações pró-direitos humanos como Human Rights Watch denunciaram um aumento da retórica anti-LGTB desde 2016, bem como operações policiais por parte de “justiceiros civis” e das autoridades, que resultaram em pelo menos uma dezena de condenações sob a lei contra a pornografia.

No último mês, vários parlamentares expressaram seu desejo de criminalizar as uniões homossexuais em uma reforma do Código Penal que se discute na Câmara Baixa.

A Indonésia requer dos seus cidadãos que no documento de identidade incluam uma das seis crenças oficiais reconhecidas na Constituição: catolicismo, protestantismo, budismo, hinduísmo, islamismo e confucionismo.

Cerca de 88% dos mais de 260 milhões de indonésios praticam uma forma moderada do islã, ainda que nos últimos anos ativistas tenham denunciado um aumento do fundamentalismo religioso.

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