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Cerveró e Costa livram a cara de Lula com juiz Moro

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Marta Nobre, Edição

Após acusarem o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva de uma dezena de maus feitos, os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa decidiram recuar, em depoimento na Lava Jato, como testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Federal.

O básico (que Lula nunca soube ou tratou de propina) é um desmentido cabal do que tinha sido dito antes em diferentes situações. Essa postura pode mudar os rumos das investigações.

Cerveró foi categórico ao afirmar que não conhecia e não teve contato com o ex-presidente quando assumiu o cargo na Petrobrás, em 2003. “Não houve negociação com o Lula. Eu soube que quem fazia essas indicações na época era o ministro Zé Dirceu. Não conheci o presidente Lula nessa época e não sei de nenhuma interferência dele neste caso”, afirmou.

Já Paulo Roberto Costa seguiu a mesma linha de raciocínio e disse ao juiz Sérgio Moro não ter conhecimento “se Lula solicitou ou recebeu vantagem indevida em razão do cargo que possuía”.

Cerveró – Quando assumiu o cargo, disse Cerveró, não firmou nenhum acordo para pagamento de propina ou arrecadação para fundos partidários. ”Anteriormente a minha nomeção eu não fiz nenhum tipo de acordo preliminar de qualquer tipo de compromisso nesse sentido. Depois da minha nomeação aconteceu, como já descrevi em outros depoimentos”, afirmou.

Porém, em depoimento no dia 8 de novembro, Cerveró afirmou que Lula o teria indicado ao cargo na estatal, em 2008, como agradecimento pela atuação do ex-diretor pelo perdão de uma dívida de R$ 12 milhões do PT, junto ao banco Schahin, com recursos de um contrato da estatal.

“Não foi um reconhecimento oficial, mas foi um motivo de reconhecimento que levou o presidente Lula a me indicar para a BR Distribuidora. Isso me foi dito pelo pessoal da Schahin”, afirmou em depoimento.

“A informação que me foi dada é que isso seria um reconhecimento do trabalho que eu havia feito na liquidação da dívida do PT em 2006. Eu tinha conseguido através da contratação da Schahin Óleo e Gás, operadora de uma das sondas que nós contratamos”, acrescentou Cerveró.

Paulo Roberto – Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa foi preparado para recuar em muita coisa na audiência na Justiça Federal em Curitiba. “Não tenho esse conhecimento”, afirmou, quando questionado se Lula solicitou ou recebeu vantagem indevida em razão do cargo que possuía.

O delator deu a mesma resposta quando perguntado se Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo e se Costa tinha conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente da República.

Na ação penal em que Paulo Roberto Costa depôs, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento triplex. Os procuradores acusam o petista de ter recebido R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS.

Costa respondeu cinco perguntas em sequência de um dos advogados do ex-presidente Lula na parte final de seu depoimento. Os diálogos foram os seguintes:

Advogado: Tem conhecimento que o ex presidente Lula solicitou vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente Lula aceitou promessa de vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que o ex-presidente recebeu vantagem indevida em razão do cargo?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

Advogado: Tem conhecimento que os executivos Léo Pinheiro e/ou Agenor Medeiros teriam prometido vantagem indevida em razão do cargo ao ex-presidente Lula?

Paulo Roberto Costa: Não tenho esse conhecimento.

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