Traçando o futuro
Chá de camomila abre os olhos para as incertezas da jovem e pressionada Amanda
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emAmanda, assim como boa parte dos adolescentes de sua idade, andava confusa sobre qual rumo tomar na vida. O pai, os avós, os tios e até os padrinhos, vez ou outra, insistiam em que a garota optasse por uma carreira segura.
— Engenharia.
— Direito.
— Medicina.
— O quê? Psicologia? Não, não, não!
— Amanda, já pensou na possibilidade de fazer odontologia? Meu dentista cobra os olhos da cara por uma obturação pequenina.
Diante de tantas opções, a menina acumulava dúvidas misturadas ao turbilhão de hormônios. Chegou a pensar em cada uma das dicas dos parentes, mas logo desistia de todas. Será que o sentido da vida era esse mesmo?
— Professora nem pensar, hein!
— Ih, não é possível que anda pensando em ser atriz!
— Escritora? Quer morrer de fome?
As cobranças não paravam de chegar, enquanto as dúvidas só aumentavam na mente fértil da guria. Quase à beira do desespero, Amanda se fez de surda para não enlouquecer de vez. Nisso, sua mãe, talvez o único adulto sensato da família, levou um chá de camomila para filha.
— Sabe quem adorava camomila?
— Não, mamãe.
— Minha avó materna.
— A Dinda?
— Sim. Você não chegou a conhecê-la, mas ela a pegou no colo algumas vezes.
— Sente falta dela, mamãe?
— Muita. Ela era meu refúgio. Aprendi muitas coisas com ela, mas uma me ajuda a enfrentar os problemas que me aparecem.
— E o que a senhora aprendeu com a Dinda, mamãe?
— Ela sempre me dizia que a vida é um universo de possibilidades e, por isso, para eu jamais ser óbvia demais.
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