Gilberto Carvalho pode até ter soltado a língua por conta própria, mas se foi orientado pela presidente Dilma Rousseff ou pelo antecessor Lula, ouviu uma resposta de provocar calafrios. A briga, claro, é com o senador Aécio Neves, derrotado na disputa pelo Palácio do Planalto.
A cutucada de Gilberto, secretário-geral da Presidência, teve por alvo o senador tucano: O Estado brasileiro é elitista e voltado à manutenção dos privilégios dos mais ricos. Por isso, temia a vitória de Aécio Neves nas eleições.
“É isso que esteve em disputa nas eleições. Eu morria de medo de o playboyzinho [referência a Aécio] ganhar a eleição porque tinha clareza que ia acabar essa energia que está aqui nessa sala”, afirmou o ministro, em evento no Planalto com cooperativas que usam extrativismo sustentável, na terça-feira.
O ministro afirmou que as políticas voltadas para os mais pobres se intensificaram “quando o metalúrgico de nove dedos [referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] começou a implantar a mudança de lógica do Estado brasileiro.
Carvalho também avaliou que os projetos sociais defendidos pelo governo são alvos de “perseguição e discriminação”. “[O governo fica] sofrendo todo o tipo de acusação, de bolivarianismo, de chavismo, de mais um monte de merda [sic] que os caras falam para poder fazer funcionar de fato o Estado em função da maioria”, disse.
Ouvido pelo Uol, segundo transcrito pelo blog do Josias de Sousa, Aécio não deixou por menos. “Os termos que o ministro se referiu a um senador da República e presidente de um partido só confirma sua baixa estatura política. Mesmo depois de 12 anos como ministro, a principal marca da biografia do senhor Gilberto Carvalho será sempre seu envolvimento com as graves denúncias de corrupção em Santo André, que culminaram com o assassinato do prefeito Celso Daniel, ainda não esclarecido”, disse.
Ainda segundo Aécio, Gilberto Carvalho tem mesmo razões para ter medo. “Temia que se eu fosse eleito, eu iria acabar com a corrupção, colocar ordem no País e acabar com as boquinhas do seu partido, em especial a dele próprio.”
Por sua vez, o ex-candidato a vice na chapa de Aécio Neves, o senador também tucano Aloysio Nunes Ferreira mirou abaixo da linha da cintura.
“Trata-se de um cafajeste. O fato de um ministro de Estado se referir nesses termos a um senador e presidente de partido reflete bem o baixo nível do governo Dilma. Eu não sei de que ele tinha medo, se Aécio ganhasse. Mas ele sabe onde o rabo dele está preso. Especula-se muito sobre isso.”
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br