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Chave de braço e assédio sexual tiram diretor do Arquivo

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O superintendente do Arquivo Público  Gustavo Chauvet, pediu nesta quinta-feira (10) para ser afastado do cargo após denúncia de assédio sexual e moral no órgão, apontada pelo Ministério Público. Apadrinhado da deputada Érika Kokay (PT), conhecida por defender as minorias, se viu preso em uma verdadeira chave de braço.

Chauvet nega as acusações. “São denúncias vazias desde março de 2011. Uma das denúncias diz que eu não quero mulher grávida trabalhando. Nossa arquivista-chefe ficou grávida, está tranquila, está feliz. Tem outra servidora, com cargo de gestora, está tranquila. Não consigo entender”, diz.

Nesta quarta (9), o MP entregou uma recomendação à Casa Civil para que tomasse medidas contra supostos casos de assédio e pedindo o afastamento do diretor e providências em um prazo de 20 dias. De acordo com a Casa Civil, o chefe do gabinete do órgão, Márcio Eduardo de Moura, vai responder temporariamente pelo Arquivo Público.

O superintendente afirma que nunca assediou sexualmente nenhuma funcionária em troca de cargos mais altos no Arquivo Público. “Várias mulheres ocupam cargo de direção e nunca tiveram esse problema. Eu sou casado, nunca precisei disso e nunca faria isso com outras pessoas. Os critérios [para contratação e promoção] são técnicos.”

Por nota, o Arquivo Público do DF disse que as denúncias são inverídicas e têm sido feitas desde 2011 e que o órgão sempre responde, de forma contundente, a todos os questionamentos.

“Há uma sistematização na apresentação dessas denúncias, que, anônimas, ofensivas e infundadas, deixam transparecer a única intenção em difamar os gestores responsáveis pelo Arquivo Público do Distrito Federal”, diz um trecho.

Segundo o MP, 12 funcionárias prestaram depoimento denunciando atos de Chauvet. “[Ele] teria sistematicamente realizado atos de humilhação pública de diversas servidoras, com xingamentos públicos, gracejos com conotação sexual, e constrangimentos, como apreensão de aparelhos celulares de servidores durante reuniões e vigilância ostensiva, em situação de assédio moral institucionalizado. Tais condutas estão respaldadas por farta prova, consistente em 12 depoimentos, relação de 32 servidores que se sentiram humilhados em diversas situações, atestados médicos de doenças psicológicas e prova documental”, diz o documento enviado pelo órgão ministerial à Casa Civil do DF.

Entre os casos relatados, está a denúncia de que o diretor teria dito que mulheres grávidas atrapalhavam o andamento do trabalho no Arquivo Público. De acordo com a denúncia, após ser informado de que uma mulher teria de se ausentar do serviço por esperar um bebê, o superintendente chegou a dizer durante uma reunião que queria ser avisado sobre mulheres com planos de engravidar, para evitar problemas no departamento.

Outro caso, segundo o Ministério Público, foi de duas mulheres disseram ter sido convidadas pelo diretor para viagens que não tinham motivação relacionada com o cargo delas ou com o serviço prestado. Ainda de acordo as vítimas, ele oferecia gratificações para que servidoras se relacionassem com ele.

Após entregar a recomendação à Casa Civil, o promotor e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos  do MPDFT, Thiago André Pierobom de Ávila, disse que “o mais importante é que o GDF faça um programa de prevenção e combate ao assédio moral e sexual e discriminação da mulher, para evitar que casos como esse se repitam.”

Segundo o promotor, a denúncia deve fazer com que novos casos sejam conhecidos, especialmente por parte de vítimas que não trabalham mais no local ou que estão afastadas por atestado médico.

A Casa Civil afirmou que recebeu o documento do MP na tarde desta quarta (9) e que “tomará as medidas para abertura de processo administrativo e analisará a recomendação de afastamento do acusado”.

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