Francisco Assis Gomes tem 68 anos. É aposentado, mas não leva (por culpa exclusiva da área de saúde pública de Brasília) , uma vida normal. Embora com alta hospitalar há quase dois meses, ele continua ocupando um leito na clínica médica do Hospital Regional de Sobradinho, porque o secretário Rafael Barbosa não providenciou a compra de um balão domiciliar de oxigênio, determinada pelo Tribunal de Justiça.
Ao invés de cumprir a decisão judicial, o secretário prefere correr riscos e recorrer da decisão. A idéia, segundo o G1, é ganhar tempo para concluir o processo.
Chico Gomes, como é tratado por parentes e vizinhos, sofre de doença pulmonar obstrutiva crônica e depende do aparelho para respirar. A doença foi diagnosticada em maio de 2013, durante uma consulta de rotina, mas se agravou quando ele contraiu uma pneumonia no início deste ano.
Por causa da doença, o homem deu entrada no hospital no dia 23 de janeiro e, desde então, depende de um balão móvel que ofereça 11 litros de oxigênio por segundo. Em meados de fevereiro, ele recebeu alta médica e agora depende da entrega do respirador para poder voltar para casa.
A Secretaria de Saúde não sabe informar nem o preço do equipamento, nem o custo diário com um leito semelhante ao usado pelo idoso.
De acordo com a secretaria, dois fatores dificultaram a compra do equipamento dentro do prazo estipulado pela Justiça: a baixa procura de empresas que apresentassem proposta para venda do balão móvel e as especificidades do aparelho indicado ao idoso, que tem uma demanda menor na rede.
Sem previsão para voltar para casa e reencontrar os cinco filhos e dez netos, o aposentado se diz angustiado e pede socorro. “Já tem mais de um mês que eu estou de alta e ninguém me ajuda. Me ajude, pelo amor de Deus”, diz em um vídeo feito pela família.