Piñera x Guillier
Chile vai às urnas para eleger presidente sem favoritismo
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emOs chilenos decidem neste domingo (17) quem será o presidente do país nos próximos quatro anos, uma eleição em segundo turno sobre a qual poucos arriscam apontar um vencedor.
O ex-presidente Sebastián Piñera, que comandou o país entre 2010 e 2014, representante da coalizão de direita Chile Vamos, enfrenta o senador Alejandro Guillier, apoiado pelo governo da atual presidente Michelle Bachelet.
No primeiro turno, realizado no último dia 19 de novembro, Piñera venceu com 36,66% dos votos. Guillier ficou na segunda posição, com 22,68%. A participação foi de 46,7% do eleitorado, cerca de 6,7 milhões dos 14,3 milhões de eleitores aptos a votar.
O resultado foi ruim para Piñera que, segundo as pesquisas, teria mais de 40% dos votos. Alguns até apostavam que o ex-presidente venceria sem a necessidade de segundo turno.
Nas últimas semanas, os dois adversários se esforçaram para atrair eleitores dos candidatos derrotados no primeiro turno.
Os analistas, no entanto, indicam que a participação terá bastante influência no resultado final. Quanto maior for a abstenção, maiores serão as chances de Piñera. Se mais eleitores forem às urnas, Guillier pode chegar ao Palácio de la Moneda.
Piñera garantiu até agora o apoio dos eleitores de José Antonio Kast, um ultraconservador que obteve 8% dos votos no primeiro turno. Ele é apoiado por nostálgicos da ditadura de Augusto Pichonet e por diversas organizações de militares reformados do país.
Também apoiarão o ex-presidente alguns segmentos da Democracia Cristã e eleitores do senador Manuel José Ossandón, que foi adversário de Piñera nas primárias da direita para a presidência.
Guillier, por sua vez, conseguiu atrair os votos de diversos movimentos e partidos da Frente Ampla que, com a jornalista Beatriz Sánchez como candidata, obteve 1,3 milhões de votos no primeiro turno e elegeu cerca de 20 parlamentares.
Além disso, o senador é apoiado oficialmente pela Democracia Cristã, da candidata Carolina Goic, que ficou com 5,88% dos votos no primeiro turno, e pelo Partido Progressista, de Marco Enríquez Ominami, o escolhido de 5,72% dos eleitores em novembro.
As seções eleitorais funcionarão das 8h às 18h locais (mesmo horário em Brasília). Os resultados são públicos. O presidente da mesa deve falar em voz alta o candidato marcado em cada cédula. Os partidos e candidatos escolhem representantes que podem contestar os votos ou se defender das objeções feitas pelos adversários.
O sistema parece complicado, mas, na prática, é rápido e eficaz. O Serviço Eleitoral (Servel) anunciou que os primeiros resultados serão divulgados por volta das 19h30 locais (mesmo horário de Brasília), com 20% das urnas apuradas. Mais duas parciais – com 50% e 90% dos votos – serão publicadas nas duas horas seguintes.