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China cria comando espacial com mísseis hipersônicos

As forças armadas da China criaram o primeiro comando militar para armas hipersônicas e outras operações militares a serem desenvolvidas a partir do espaço. Mísseis hipersônicos ficarão estacionados a determinada altitude, pronto para entrarem em ação ao apertar de um botão.

“A força de combate no espaço próximo está em processo de rápido desenvolvimento. O estabelecimento de unidades relevantes ainda não está maduro e as operações de combate não foram padronizadas. A compreensão do comando de combate no espaço próximo precisa ser aprofundada”, anunciaram militares de Pequim.

Para o governo chinês, o país deve estar deve estar preparado para lutar no espaço, que se tornou uma zona muito disputada e poderá “determinar o resultado de batalhas futuras”.

Ironicamente, quando os Estados Unidos criaram a sua Força Espacial (USSF) em 2019, o Pentágono citou supostas ameaças representadas à supremacia espacial dos EUA pela tecnologia chinesa e russa, que inclui mísseis anti-satélite (ASAT) e supostos satélites “perseguidores”, entre outras armas.

Bem antes disso, a China testou um míssil ASAT em 2007 que derrubou um satélite com defeito usando um veículo cinético de destruição. “A força do espaço opera em um campo de batalha especial. As ações realizadas em áreas sensíveis ou no território de outros países podem desencadear reações políticas ou diplomáticas”, afirmaram militares de Pequim. Por isso, observaram, seu comando deve ser dado a uma elevada autoridade.

Segundo analistas, a China percebeu que as armas hipersónicas, em particular, poderiam gerar problemas políticos internacionais, bem como os drones de vigilância e outros equipamentos de alta altitude. Mas, acentuam, “o mais alto comando militar pode aprovar a escala de uso, as áreas de atividade e o método de uso para evitar causar incômodo político e diplomático”.

A China se tornou o primeiro país do mundo a colocar armas hipersônicas no serviço militar regular em 2019, e adicionou várias outras armas semelhantes desde então, que podem ser disparadas de silos terrestres ou caminhões transportadores-eretores-lançadores, navios de guerra baseados em alto mar, além de submarinos e aviões bombardeiros H-6N.

As armas hipersônicas são uma das poucas a operar no espaço próximo, que se estende de 12 milhas de altitude até a fronteira do espaço a 62 milhas de altitude. Lá, o ar é muito rarefeito para aeronaves mais pesadas entrarem em ação. No entanto, é ideal para armas hipersônicas, que utilizam um impulso de foguete para atingir velocidades acima de Mach 5 antes de destacar um veículo planador sem motor que pode manobrar para confundir e evitar os sistemas de defesa aérea inimigos.

Atualmente, quase nenhum sistema de defesa aérea em operação é capaz de derrubar uma arma hipersônica em voo, embora alguns, como o S-500 da Rússia e o SM-6 dos EUA, tenham sido supostamente capazes de fazê-lo sob certas circunstâncias.

Analistas militares entendem que esta nova capacidade “poderia mudar o ritmo das batalhas e trazer um grande impacto na forma como uma guerra terminaria”, observando que em uma guerra futura, as armas hipersônicas poderiam ser usadas com eficácia devastadora para paralisar precocemente as redes de comunicações e transporte do inimigo.

“As armas hipersônicas podem atacar locais de lançamento de foguetes, [destruindo] a capacidade do inimigo de disparar mísseis anti-satélite em nossas redes civis de satélites”, disseram os analistas. “Esses ataques devem ser precisos, avassaladores e impiedosos.” Eles também observam que os centros de comando e controle seriam os alvos principais, como sempre o são durante a guerra.

Atualmente, apenas a China e a Rússia possuem armas hipersónicas em pleno serviço militar. O Irã, a Coreia do Norte e os Estados Unidos testaram armas hipersônicas , mas ainda não anunciaram a sua implantação nas forças da linha da frente. Várias outras nações anunciaram programas para desenvolver projetos semelhantes.

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