Os compadres
China firma laços com a Rússia para o que der e vier
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emDeclarações do vice-ministro das Relações Exteriores da China, Le Yucheng, sublinharam nesta terça, 19, a posição chinesa sobre as sanções contra a Rússia. A China elogiou a “resiliência” de seus laços com Moscou, renovando sua promessa de aprofundar a “coordenação estratégica” bilateral entre os países apesar das sanções impostas pelos EUA e alguns de seus aliados.
Após encontro com o embaixador russo Andrei Denisov em Pequim, Le Yucheng voltou a defender as relações entre China e Rússia. “Não importa como a situação internacional evolua, a China, como sempre, fortalecerá a coordenação estratégica com o lado russo para alcançar uma cooperação ‘ganha-ganha’ e salvaguardar conjuntamente os interesses comuns”, disse Le, segundo informações do South China Morning Post.
O comércio bilateral entre Moscou e Pequim aumentou quase 30% no primeiro trimestre deste ano, ultrapassando US$ 38 bilhões (R$ 177,3 bilhões), enfatizou Le, em mais um pronunciamento do alto escalão do governo chinês sobre a Rússia.
Em resposta, Denisov disse que Moscou tratou os laços com a China como uma prioridade diplomática e estava disposto a “aprofundar ainda mais a coordenação estratégica abrangente”.
A reunião ocorreu um dia antes de um debate na Assembleia Geral da ONU sobre um projeto de resolução que visa limitar o poder de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, incluindo a Rússia.
A resolução foi apoiada pelos Estados Unidos e cerca de 50 outros países. China, França e Reino Unido são os outros membros do conselho com poder de veto.
A China vem mantendo uma posição de neutralidade em relação ao conflito. Ambos os países são membros do Brics, bloco que agrega também Brasil, Índia e África do Sul.
Todos os quatro parceiros comerciais e diplomáticos mantiveram uma postura de neutralidade diante da operação especial. No começo deste mês, o diretor-geral do Departamento de Assuntos Europeus do Ministério das Relações Exteriores da China revelou que o país asiático estava promovendo negociações entre Ucrânia e Rússia, mas que o papel de mediação não deveria ser superestimado.