A China, que compartilha fronteiras terrestres com 14 países e marítimas com outros seis, mantém disputas territoriais voláteis com vários de seus vizinhos. Apesar dos avanços tecnológicos, suas tropas têm recorrido a armas simples nos últimos anos.
Recentemente, a Guarda Costeira chinesa utilizou picaretas e facas para interceptar barcos filipinos no Mar do Sul da China. Segundo Daniel Mattingly, professor de ciências políticas em Yale, isso se deve ao fato de que o uso de armas menos letais reduz a probabilidade de uma guerra.
A China tem usado essas táticas em sua fronteira com a Índia. Em um confronto em 2022, os soldados de ambos os países usaram pedras e porretes improvisados. Em 2017, as tropas chinesas e indianas se empurraram com os peitos durante uma disputa territorial no Butão.
O uso de armamento não convencional parece ser uma estratégia para evitar uma escalada e a atenção internacional, especialmente dos Estados Unidos. No entanto, isso não está isento de riscos. No Mar do Sul da China, um marinheiro filipino perdeu um dedo durante um recente ‘combate’. Em 2020, morreram 20 soldados indianos e pelo menos quatro chineses em confrontos fronteiriços.
As disputas entre a China e a Índia na região do Himalaia levaram a combates corpo a corpo, respeitando um acordo bilateral de 1996 que proíbe o uso de armas de fogo perto da fronteira. No entanto, em 2020, tiros foram disparados pela primeira vez em décadas, demonstrando a fragilidade dessas normas.
O uso de armas simples por parte do Exército chinês busca minimizar a escalada de conflitos, mas continua sendo uma tática arriscada que pode ter consequências graves e aumentar as tensões na região.