O número de pessoas mortas no Peru após intensas chuvas e deslizamentos subiu para 72 nesta sexta-feira, com milhares de pessoas desalojadas, após suas casas serem destruídas. Outras pessoas esperavam no telhado de suas casas pelo resgate.
Rios que transbordaram por causa das chuvas geradas pelo fenômeno El Niño danificaram 115 mil casas, destruíram 117 pontos e paralisaram muitas rodovias. “Nós confrontamos um problema climático sério”, afirmou o presidente Pedro Pablo Kuczynski em comunicado na tarde de sexta-feira. “Não houve um incidente com essa força na costa do Peru desde 1998.”
As tempestades atingiram sobretudo a costa norte do Peru, com águas que inundaram hospitais e cemitérios, deixando pequenas vilas inteiramente isoladas. Na quinta-feira, a Polícia Nacional resgatou oito pessoas que estavam presas havia três dias em Cachipampa e retirou o corpo de um idoso de 88 anos morto pelas enchentes. No Departamento de La Libertad, um vídeo registrou a água inundando vários ônibus e caminhões, matando pelo menos cinco pessoas. As equipes buscavam mais sobreviventes nesta sexta-feira.
Mesmo na capital do país, Lima, onde o clima desértico faz com que sejam raras as chuvas, a polícia ajudou centenas de moradores em um bairro da zona metropolitana afetados por uma rodovia alagada. Alguns moradores deixaram suas casas apenas com um saco onde levavam seus pertences. No total, mais de 65 mil pessoas de Huachipa, perto de Lima, não conseguiam ir para o trabalho ou voltar para casa.
As tempestades causadas pelo aquecimento da superfície da água no Oceano Pacífico devem continuar durante mais duas semanas. Kuczynski anunciou que iria destinar mais fundos para a reconstrução das áreas afetadas. O presidente disse estar otimista de que o país está em uma posição forte para uma rápida recuperação, mas pediu cautela.