Rafael Alves
Normalmente escondidos em redes de esgoto, tubulações elétricas e de telefonia ou sob pedras, madeiras e entulho, os escorpiões migram para casas e quintais no período das chuvas. De acordo com o chefe do Núcleo de Vigilância Entomológica e Animais Peçonhentos, da Secretaria de Saúde, Israel Martins, nessa época, os aracnídeos costumam deixar a parte subterrânea das cidades — que fica úmida e inundada — e procurar abrigo em áreas urbanas.
“Eles costumam se alimentar de baratas, que também saem dos esgotos e ralos no período chuvoso”, afirma Martins. “É preciso ter precauções dentro e fora de casa, mantendo ralos e janelas fechados ou com telas e não acumulando lixo ou entulho nas áreas externas.” Segundo ele, os escorpiões só atacam quando se sentem ameaçados ou encurralados. Casos de picadas no interior de ambientes normalmente acontecem quando os bichos estão dentro de sapatos ou entre roupas.
A recomendação para quem for picado é procurar o hospital público mais próximo e, se possível, levar o aracnídeo. Pelo 0800-6446774, do Centro de Informação Toxicológica, da Secretaria de Saúde, é possível receber orientações sobre os primeiros socorros. Algumas dicas são lavar o local da picada com água e sabão e manter a vítima sentada ou deitada para não favorecer a circulação do veneno. Se a picada for na perna ou no braço, é bom deixá-los em posição elevada.
Quem encontrar o escorpião em casa e não souber como proceder, pode ligar para o Disque Saúde (160), que funciona 24 horas por dia, ou para os telefones da Diretoria de Vigilância Ambiental, das 8 às 18 horas.
O recolhimento do animal é feito por equipes da Diretoria de Vigilância Ambiental, responsável também pelo combate a ratos e ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, das febres chikungunya e amarela e do zika vírus. Quando capturados vivos, os escorpiões são enviados para o Instituto Butantan, em São Paulo, para análise e produção de antídotos contra o veneno. A Secretaria de Saúde esclarece que nem todos são venenosos a ponto de levar à morte da pessoa picada, mas a situação pode se agravar caso os primeiros socorros demorem a ser feitos.
Sintomas – Alguns sintomas de quem é picado por um escorpião são dor intensa, vermelhidão, ardência e inflamação no local. Em situações mais graves, pode ocorrer aumento da frequência cardíaca ou queda de pressão, dificuldade para respirar e enjoo.
Espécies – No ambiente urbano do Distrito Federal, o tipo mais encontrado é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), segundo levantamento da subsecretaria. Em áreas rurais, podem ser vistos o preto (Bothriurus araguayae) e o de patas rajadas (Tityus fasciolatus). De acordo com o órgão, todas as espécies são consideradas perigosas. No ano passado, 509 pessoas moradores do DF procuraram unidades de saúde pública, todas preparadas a prestar esse tipo de atendimento. Para captura do aracnídeo, foram registrados 970 chamados. A maior incidência ocorre na Asa Norte, no Cruzeiro, no Guará (especialmente na região do Polo de Modas) e em Planaltina.
Agência Brasília