Uma estátua religiosa maior que o Cristo Redentor, no Rio, está em fase de construção em Imbituba, município de 40 mil habitantes no litoral sul de Santa Catarina (a 90 km de Florianópolis). O monumento em homenagem a santa Paulina terá 46,5 metros, 8,5 metros a mais do que os 38 metros de altura Cristo Redentor. A obra custará, ao todo, R$ 4,9 milhões aos cofres da prefeitura, a cargo de Jaison Cardoso (PSDB).
O projeto de construção da estátua, lançado em abril de 2014, pretende incluir a cidade na rota do turismo religioso na América do Sul. Além do monumento que será colocado no alto do morro do Mirim, a 280 metros de altura, está previsto um complexo turístico de 17 mil metros quadrados, com representações de 15 estações da via-sacra e um museu que reconta a trajetória da santa.
“A parte artística, que é responsabilidade do artista Marcelo Francalacci, está 95% executada. O serviço de terraplanagem da área também está concluído e agora estamos na fase de perfuração do terreno”, afirma Camilo Damázio, presidente da Associação dos Peregrinos de Santa Paulina, que acompanha o andamento das obras.
Canonizada em maio de 2002, Amabile Lucia Visintainer, hoje chamada de santa Paulina, nasceu no norte da Itália em 1865 e veio ao Brasil com dez anos de idade para se tornar freira. Em Imbituba, aconteceu o primeiro milagre atribuído a ela e reconhecido pelo Vaticano: a cura de Eluisa Rosa de Souza, grávida de sete meses, que sofria de uma hemorragia interna considerada irreversível pelos médicos.
“A ideia existe desde 2005, mas de dois anos para cá se tornou uma prioridade”, afirma o superintendente da Secretaria de Turismo, Romeu Pires Filho. “Hoje nós recebemos turistas no verão, de dezembro a março, e na temporada de baleias, de julho a setembro. A ideia, com esse monumento, é que tenha turismo em Imbituba o ano inteiro”, completa.
Diferentemente do Cristo Redentor, reproduzido no morro do Corcovado com os dois braços abertos, a imagem de Santa Paulina traz consigo uma Bíblia e um crucifixo na mão esquerda, junto ao corpo. Para facilitar o transporte até o morro do Mirim, a estátua foi dividida em sete partes, produzidas com moldes de isopor e revestidas com uma capa de resina de vidro.
Desde a cerimônia de lançamento, o projeto enfrenta a rejeição de ateus, agnósticos e membros de igrejas protestantes que não se sentem representados por santa Paulina.