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Vicente Pires

Cidade vive dias de caos e pede ajuda a distritais

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Denise Caputo

Ruas alagadas e carros enguiçados foram alguns dos transtornos causados aos moradores de Vicente Pires pela chuva desta quinta (18). Esse cenário é comum na cidade e foi tema de diversas manifestações durante sessão itinerante do projeto Câmara em Movimento, nesta quinta-feira.

Outra reclamação recorrente na fala dos moradores diz respeito à falta de regularização fundiária. O assunto será tema de audiência pública no dia 22 de junho, conforme requerimento aprovado nesta tarde. Como de costume, a sessão do “Câmara em Movimento” foi suspensa para ouvir os moradores.

A maioria das demandas apresentadas já haviam sido elencadas durante reunião preparatória realizada no último sábado (13). A diretora da Escola Classe 2, Eliana Coutinho, reforçou uma delas: a construção de centros de educação infantil e de ensino médio e fundamental. Segundo contou, a escola em que trabalha atende 674 crianças. “Não temos como atender toda a comunidade. Muitos estudantes dependem de educação pública e acabam tendo de estudar em Taguatinga, por exemplo”, disse.

A professora Adriana Rodrigues Pereira reclamou, ainda, da falta de materiais escolares básicos. Segundo ela, faltam livros e até papéis nas escolas – que estão sendo doados por professores e pais dos alunos.

Já Natanael Pereira, do Movimento dos Síndicos de Vicente Pires, validou as pautas prioritárias levantadas por lideranças comunitárias na reunião preparatória acrescentou mais demandas, como policiamento ostensivo e acessibilidade em calçadas.

A situação do asfalto e a falta de iluminação pública também estiveram entre as reclamações. O administrador da cidade, Júlio Menegoto, aproveitou a presença dos moradores para anunciar algumas ações em andamento. Ele informou ter conseguido alocar R$ 1,6 milhão para iluminação. “A Rua 07, por exemplo, é muito comprida e será iluminada com LED”, apontou.

Drenagem – A moradora Maura Padilha relatou ter perdido a casa numa enxurrada. Depois disso, segundo contou, a família fica apreensiva sempre que começa a chover. “Não adianta ter creche, escola ou qualquer coisa se não tiver infraestrutura para águas pluviais, pois tudo vai alagar”, reclamou.

O ex-administrador da cidade, Glênio José da Silva, também defendeu a questão como uma das prioridades. “É preciso tirar Vicente Pires dessa tragédia que é hoje. Quando chove, alaga e leva aterro para o Lago Paranoá”, afirmou. Ele sugeriu a apresentação de um projeto de lei que incentive a construção de casas ecologicamente corretas na cidade, com captação de água de chuva, instalação de sistemas de energia solar e outras medidas. “Quem obedecesse os critérios, conseguiria um certificado e poderia receber um desconto no IPTU”, explicou.

Alguns moradores reclamaram também de obras de infraestrutura não concluídas. Segundo apontaram, algumas delas foram licitadas em 2014 e tiveram a construção interrompida.

E William Vander Lopes cobrou ações e resultados imediatos. “Tem uma coisa que tem solução fácil e não custa nada: é preciso tirar os cones que atrapalham a entrada na cidade”, bradou, em meio a aplausos. “A população sofre todo dia à toa para chegar em casa, depois de um dia duro de trabalho”, completou.

Encaminhamentos – Deputados distritais apresentaram indicações com sugestões para o Executivo, já que boa parte das demandas dependem do governo do Distrito Federal. “É uma das cidades que mais precisa de atenção, e a maioria das demandas vão ser resolvidas com políticas públicas que o governo precisa construir”, disse Ricardo Vale (PT). “É uma vergonha o asfalto dessa cidade. Ela precisa ser regularizada e precisa de infraestrutura”, acrescentou.

O deputado Bispo Renato Andrade (PR) cobrou empenho por parte do Executivo, em especial no que diz respeito à regularização fundiária. O deputado Raimundo Ribeiro (PPS) foi na mesma linha: “Se tiver vontade política, o governo consegue resolver com celeridade, especialmente com a MP 759 (que trata da regularização fundiária)”.

Rafael Prudente (PMDB) salientou que sete das 11 prioridades eleitas precisam de recursos e dependem da Novacap. “A companhia pode levantar valores e podemos tentar contemplá-las com emendas”, disse.

O presidente da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle (PDT), encerrou a sessão informando que as demandas serão encaminhadas aos órgãos e que a Casa irá supervisionar os resultados. “Faremos um acompanhamento para garantir ações concretas. Voltaremos em um mês para dar retorno para a comunidade”, assegurou, ressaltando as três funções da CLDF: legislar, fiscalizar e representar. Valle aproveitou para anunciar que a próxima edição do “Câmara em Movimento” será em Taguatinga.

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