A prefeitura de Campinas, maior cidade do interior de São Paulo, decretou situação de emergência pública, na noite desta quinta-feira, 24, devido ao desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros. Na manhã desta sexta, 25, a maioria dos postos estava sem combustível. Conforme nota do município, a decisão foi tomada para “resguardar serviços que são plenamente essenciais, como coleta de lixo, transporte público, ambulâncias, entre outros, e para evitar colapso em áreas imprescindíveis para a população”.
O decreto determina que todas as empresas que comercializam combustíveis devem assegurar prioridade para atendimento dos serviços públicos essenciais, como o transporte de paciente, distribuição de medicamentos, transporte de alunos e de gêneros alimentícios. O decreto inclui ainda como prioridades a coleta de lixo, segurança pública e ações da Defesa Civil. A norma vigora até que o fornecimento de combustível no município seja normalizado.
O prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, baixou portaria suspendendo serviços públicos e o uso da frota municipal de 300 veículos. Apenas os de emergência estão operando, como bombeiros e Guarda Municipal. A empresa de abastecimento de água DAE fez o mesmo com seus 69 veículos, deixando-os na garagem.
O transporte coletivo foi reduzido para horários dos domingos. As três empresas do setor transportam diariamente 120 mil pessoas. Elas só têm combustível para operar neste sábado, 26. A Rápido Luxo Campinas, que faz as suburbanas para Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Franco da Rocha, Cabreúva, Itupeva e Cajamar, colocou 50% da frota em circulação, com possibilidade de retirar carros das ruas com fim do estoque de óleo diesel.
As aulas na rede municipal de Jundiaí, Itupeva e Campo Limpo Paulista foram suspensas. A Secretaria de Educação do Estado informa que estudantes não terão faltas computadas nesse período.
Em Jundiaí, a coleta de lixo também foi suspensa porque a empresa não tem óleo diesel para abastecer os caminhões. Na cidade, há combustível apenas em cinco postos.
Na rede Russi de supermercados faltam alimentos e houve restrição de cinco unidades por cliente para cada produto. Na Kalimera, começaram a faltar frutas, verduras e outros produtos.
Municípios de SP e MG, que ainda sentem os efeitos da greve dos caminhoneiros, adotaram medidas drásticas para enfrentar a situação. Em Teófilo Otoni (MG), no Vale do Mucuri, a prefeitura decretou situação de calamidade pública. O motivo é falta de combustível, que acabou por completo na cidade e afeta serviços essenciais.
Em Botucatu (SP) o Executivo decretou estado de emergência, mesma medida tomada pelo prefeito de Campinas (SP). Quem também sofre com a situação de emergência é a população de Barbacena (MG).