Notibras

Ciência usa técnica inovadora para explorar sistemas fluviais

Rios em Marte e Titã, dois corpos celestes em nosso sistema solar, chamaram a atenção de cientistas do MIT que buscam obter informações sobre os fluxos de rios do passado e do presente naqueles mundos distantes. Os estudiosos detalharam recentemente uma técnica inovadora para estudar a história de rios em outros planetas, como sistemas antigos em Marte e sistemas atuais de rios na maior lua de Saturno, Titã.

A equipe do MIT aplicou sua nova abordagem para determinar a velocidade e a profundidade dos rios antigos em Marte que existiam há mais de um bilhão de anos, bem como para estimar o fluxo dos rios atualmente ativos em Titã.

Os pesquisadores descobriram que os rios em Marte provavelmente fluíram por longos períodos, com a Cratera Gale hospedando a atividade fluvial por pelo menos 100.000 anos, e a Cratera Jezero sustentando rios por mais de um milhão de anos. Essas descobertas sugerem que essas regiões de Marte podem ter oferecido ambientes capazes de sustentar a vida.

Voltando sua atenção para Titã, a equipe analisou imagens da espaçonave Cassini da NASA e estimou as taxas de fluxo dos rios na lua. Surpreendentemente, descobriu-se que os rios de Titã são comparáveis ​​em tamanho a alguns dos maiores rios da Terra, como o rio Mississippi. No entanto, ao contrário dos rios da Terra, os rios de Titã não possuem deltas em forma de leque em suas bocas, levantando questões sobre a ausência de depósitos de rios na superfície da lua.

“O que é empolgante sobre Titã é que ele é ativo. Com essa técnica, temos um método para fazer previsões reais para um local onde não obteremos mais dados por muito tempo”, afirmou Taylor Perron, professor de Cecil e Ida Green em Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT (EAPS). Perron também observou o valor de explorar os antigos rios marcianos, descrevendo-os como uma “máquina do tempo” que permite aos cientistas entender suas características quando eles estão fluindo ativamente.

A pesquisa da equipe baseou-se no trabalho do hidrólogo Gary Parker, que desenvolveu equações matemáticas para descrever o fluxo dos rios na Terra. Ao adaptar essas equações para trabalhar com medições limitadas de imagens e topografia remotas, os pesquisadores do MIT foram capazes de calcular as taxas de fluxo dos rios em Marte e Titã com base apenas nas medições de largura e inclinação.

“Titã é o lugar mais parecido com a Terra… Há muito mais que sabemos que está lá embaixo, e essa técnica remota está nos aproximando um pouco mais”, disse Samuel Birch, principal autor do estudo, destacando a importância de abordagem da equipe. Birch também expressou curiosidade sobre a ausência de deltas de rios em Titã e a necessidade de investigar mais este fenômeno.

O estudo estabelece as bases para futuras missões, como a próxima missão Dragonfly da NASA para Titã, que visa fornecer informações mais abrangentes sobre o ambiente da lua. Até então, os cientistas continuarão a confiar nos dados coletados pela Cassini para entender a superfície de Titã e investigar os mistérios que cercam seus rios.

Sair da versão mobile