Pesquisadores descobriram novos detalhes sobre o retrato escondido sob a pintura de 1901 de Pablo Picasso “A Sala Azul”, informou a Axios. As descobertas foram apresentadas em uma exposição no museu de arte Philips Collection em Washington, DC.
Usando dados de radiografia, espectroscopia de imagem de refletância de infravermelho (IR) e mapeamento de fluorescência de raios X, os especialistas puderam ver um retrato de um homem, bem como o traço e os pigmentos que o artista espanhol usou. A presença de mercúrio sugere que Picasso usou vermelhão, dizem os pesquisadores.
“Ainda há mais a aprender com algumas das pinturas mais estudadas do mundo”, disse Patricia Favero, conservadora associada da Phillips Collection.
O retrato escondido sob a “Sala Azul” não é a primeira pintura secreta descoberta por especialistas em arte. Várias obras de Picasso foram descobertas ao longo dos anos. Algumas das pinturas foram recriadas usando inteligência artificial.
Em 2021, Anthony Bourached e George Cann, pesquisadores de doutorado na University College London, da Grã-Bretanha, revelaram o “The Lonesome Crouching Nude”, que se escondeu por quase um século sob a obra-prima do artista “The Blind Man’s Meal”.
Bourached e Cann treinaram a IA para replicar as pinceladas de Picasso depois de analisar várias obras do artista. A iniciativa foi criticada pelos representantes do espólio de Picasso no Reino Unido, que acusaram os dois especialistas de violar as leis de direitos autorais.
“Além disso, essa Inteligência Artificial que ‘aprendeu’ a pintar ‘como Picasso’ jamais terá a sensibilidade de um pintor cuja criatividade se expressa diante de cada tela em branco. O ‘resultado’ dessa Inteligência Artificial não é uma obra e é indecência dizer o contrário. Uma máquina não pode substituir um artista, nem completar a obra de um artista que a abandonou no caminho de sua criação”, disse Claudia Andrieu, chefe de assuntos jurídicos do espólio de Picasso.