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Cientistas alertam para nova ameaça provocada pelo degelo em terra firme

Um grupo de cientistas alertou nesta terça-feira (9) sobre as consequências para o planeta que representaria o descongelamento de gelo em terra firme, pois isso liberaria uma enorme quantidade de CO2, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

Até 1,5 bilhão de toneladas de CO2 estão retidos no que se chama permafrost — vastas extensões de terra sob camadas de gelo –, ou nos polos, em tundras, estepes ou geleiras, explicou numa conferência de imprensa Susan Natali, uma pesquisadora do Centro de Pesquisa Woods Hole, em Massachusetts.

À medida que as temperaturas aumentam, essas terras liberam o gás do efeito estufa, afirmou a especialista à margem das negociações sobre um acordo para combater as mudanças climáticas na ONU, em Bonn (Alemanha).

“Daqui até 2100 prevemos a liberação de entre 130 e 160 gigatoneladas de CO2 na atmosfera”, explicou Natali aos jornalistas em Bonn, onde negociadores tentam simplificar o projeto de acordo a ser aprovado durante a conferência ministerial em Paris, em dezembro.

Esse número equivale às emissões dos Estados Unidos em razão da produção de combustível e cimento, indicou a especialista.

O carbono acumulado no permafrost permaneceu retido por milhares de anos, e equivale ao dobro do que existe na atmosfera.

O relatório de Natali e seus colegas foi publicado na revista Nature em abril.

Os dados não puderam ser integrados devido à falta de tempo no relatório final do grupo de peritos da ONU sobre mudanças climáticas.

Se o mundo for capaz de controlar suas emissões de CO2 e o aumento da temperatura média de 2°C neste século, irá descongelar em cerca de 30% de seu permafrost.

Mas se o mundo não conseguir combater este aquecimento, poderia perder até 70% da superfície de terra congelada.

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