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Israel

Cientistas criam linha do tempo sobre fim de cidades bíblicas

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Autor/Imagem:
Ilya Tsukanov/Via Sputniknews - Foto Reprodução

Uma equipe interdisciplinar de cientistas liderada por pesquisadores da Universidade Hebraica e da Universidade de Tel Aviv usou uma técnica de datação arqueomagnética para categorizar a ‘pegada’ deixada em artefatos pelo campo magnético da Terra para determinar com mais precisão as datas que as antigas cidades do Oriente Médio foram destruídas, conforme menciona a Bíblia.

Em um artigo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o coletivo de cientistas, liderado pelo estudante de doutorado do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, Yoav Vaknin, explicou que a classificação e categorização de tijolos antigos, alvenaria e outros feitos pelo homem materiais datados com precisão usando técnicas de datação magnética podem ajudar a determinar o tempo de destruição de outros objetos feitos pelo homem.

“Com base na semelhança ou diferença de intensidade e direção do campo magnético, podemos corroborar ou refutar hipóteses que afirmam que locais específicos foram queimados durante a mesma campanha militar. Além disso, construímos uma curva de variação da intensidade de campo ao longo do tempo que pode servir como uma ferramenta de datação científica, semelhante ao método de datação por radiocarbono”, explicou Vaknin em um comunicado à imprensa.

“Ao combinar informações históricas precisas com pesquisa arqueológica avançada e abrangente, fomos capazes de basear o método magnético em cronologia ancorada de forma confiável”, acrescentou o coautor do estudo, Oded Lipschits.

O banco de dados dos pesquisadores registrou dados de campo geomagnético em 21 camadas de ruínas históricas em 17 sítios arqueológicos em Israel, permitindo que relatos bíblicos sobre batalhas entre os antigos reinos da Judéia e seus rivais egípcios, arameus, assírios e babilônicos sejam precisamente datados e corroborados.

A equipe incluiu arqueólogos, cientistas da terra, historiadores, antiquários e estudiosos da Bíblia. “Tudo se encaixa perfeitamente – melhor do que eu poderia imaginar – realmente provando o poder desse método”, disse Vaknin em entrevista à mídia israelense.

Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que o exército do rei Hazael de Aram-Damasco foi o único responsável pela destruição de Tel Rehov, Tel Zaiyt e Horvat Tevet, além de Gate, uma importante cidade filistéia da Idade do Ferro.

Erez Ben Yosef, um dos coautores do estudo, disse que o banco de dados pode finalmente ajudar a acabar com muitas décadas de debate sobre o destino do Reino de Judá e como ele foi destruído.

“Alguns pesquisadores, confiando em evidências arqueológicas, argumentam que Judá não foi completamente destruída pelos babilônios. Enquanto Jerusalém e as cidades fronteiriças no sopé da Judéia deixaram de existir, outras cidades no Negev, nas montanhas do sul da Judéia e no sopé do sul da Judéia permaneceram quase inalteradas. Agora, os resultados magnéticos apoiam esta hipótese, indicando que os babilônios não foram os únicos responsáveis ​​pela morte final de Judá”, explicou Yosef.

Os últimos assentamentos provavelmente foram destruídos várias décadas depois, “provavelmente pelos edomitas que se aproveitaram da queda de Jerusalém”, disse o acadêmico.

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